sexta-feira, 29 de maio de 2015

Francisco de Marco – “Chico Vidraceiro” "O SERIAL KILLER DE ITU"



A manchete estampada nas capas dos principais jornais de Itu e Região naqueles primeiros dias de junho de 1984 deixaram a cidade perplexa: “Monstro violenta e mata criança” .

A notícia era o desfecho sangrento do misterioso desaparecimento da garotinha Silvia Aparecida do Espírito Santo, de apenas 9 anos.

Ela morava no número 800 de uma casa alugada na rua Santa Cruz. Estudava na escola Cesário Mota, das 13h as 17h.

Em uma terça feira do dia 29 de maio de 1984, Silvia saiu de casa por volta das 11h30 para ir à escola. Por volta das 17h30 a mãe da menina ficou preocupada com a demora dela. Ela não costumava se atrasar, mas até aquele momento não havia retornado para casa.

A mãe foi até a escola. Ficou surpresa e assustada com a notícia: Silvia não havia entrado na aula naquele dia. No anterior também, não, embora tivesse saído de casa nos dois dias com destino à escola.

Preocupados, os pais da menina passaram a procurá-la em todos os lugares possíveis. Hospitais, delegacias e casas de conhecidos foram percorridos. Nenhum resultado. Ninguém sabia do paradeiro de Silvia.

O desespero tomou conta da família da menina enquanto seu desaparecimento tornava-se notícia na cidade.

Na sexta feira, dia 1 de junho, surgiu a primeira pista do desaparecimento dela. Não era nada boa. A bolsa escolar da menina havia sido encontrada em um matagal da estrada Jurumirim. Estava danificada, como se tivesse sido arrancada com violência de suas mãos.

Já esperando pelo pior, a polícia passou a concentrar todas as buscas naquela região. Dezenas de quilômetros foram percorridos a pé, de carro e a cavalo. Mas, nenhuma outra pista que pudesse ajudar na localização da menina fora encontrada.

No domingo, dia 3, Roberto Peixoto, proprietário da chácara São José, localizada na estrada Jurumirim, aproveitou um momento de folga e pediu para dois de seus funcionários, Ivone Batista Tardioli e José Batista Silva, que vasculhassem o matagal das proximidades, na tentativa de localizar a menina.

Durante mais de uma hora, os dois lavradores vasculharam o matagal, mas não encontraram nada. Resolveram então procurar no mato do outro lado da estrada. Estavam a 80 metros da cerca, em um local de difícil acesso quando se deparam com a cena macabra e aterradora:

O corpinho semi-nu de Silvia estava estendido no meio do mato. Seu pequeno vestido, preso no meio do corpo, levantado pra cima e cobrindo parcialmente seu rostinho. Sua calcinha e sandálias estavam a dois metros de distancia do corpo. Mais adiante havia um para de luvas de borracha e uma lata de vaselina pela metade. Os dois homens foram tomados pelo horror ao se aproximarem e verem o rosto de Silvia. Estava desfigurado de tantos hematomas, que cobriam até sua cabeça. A menina havia sido agredida com violentos socos na cabeça, o que ocasionaram lesões no crânio encefálico, provocando sua morte, segundo o relatório do legista comprovaria mais tarde. A autópsia revelaria de imediato que, além do espancamento, Silvia havia sido estuprada das formas mais sádicas e perversas.

A garotinha Silvia Aparecida do Espírito Santo. Violentada e espancada até a morte


Silvia Aparecida do Espírito Santo

Mas o fato mais sinistro, era que Silvia havia morrido a apenas 48 horas antes de ser encontrada. As autoridades, a imprensa e a população passaram a acreditar por algum tempo que a menina havia sido mantida em cárcere antes de ser morta. Mas isso nunca aconteceu. O assassino não tinha recursos pra isso, e também não era seu estilo. Silvia foi violentada e espancada no mesmo dia em que desapareceu. Depois de agredir a menina com vários socos na cabeça o maníaco foi embora tranqüilamente do local, acreditando que ela estava morta. Não estava. Viva, porém agonizando de dor, Silvia entrou em coma. Durante três dias permaneceu viva no meio do espesso matagal. Foi picada por inúmeros insetos e ferida por outros animais do local. Durante a noite seu corpo foi castigado pelo frio intenso daquele mês de junho, e durante o dia, o sol escaldante queimou tanto seu corpo, que acabou derretendo a pele de sua barriga. Sem suportar os ferimentos, Silvia morreu sozinha naquele matagal, dois dias antes de ser encontrada.


A Polícia Civil de Itu, principalmente o investigadores Dimas de Cavalli e Henrique Lago Netto, juntamente com o delegado Cirineu Alves de Lima e o escrivão Vital, trabalharam intensamente no caso.

Prender o maníaco tornou-se a prioridade da policia da época. Mas, o que as autoridades ituanas não sabiam, é que nunca iriam prendê-lo.

Exatamente quatro meses após a morte de Silvia, outra garotinha foi brutalmente assassinada em Itu. Foi só naquele momento que a polícia compreendeu que poderia estar lidando com um Serial Killer.

Mas... já era tarde demais.

“a menina dos pãezinhos”

Três meses e três semanas depois ele voltou a atacar. A nova vítima tinha o mesmo padrão da anterior. Menina branca, entre 9 e 10 anos de idade, que andava sozinha pelas ruas. Exatamente como ele gostava.

Muita gente ainda se lembra dela. Seu nome era Izabel Bezerra da Silva, mas era mais conhecida como “a menina dos pãezinhos”. Tinha 10 anos de idade. Morava no número 219 da antiga rua 6 do bairro São Luiz, junto com o pai, a mãe e mais três irmãos mais novos. Desde que o pai, um pedreiro, ficara desempregado, a mãe de Izabel passara a fazer pães caseiros e mandava ela sair vendê-los pelas ruas do bairro.

A garotinha estudava na escola Rogério Lázaro, a poucos metros de sua casa, no período da tarde. Após às 16h30 a menina pegava uma cesta de bambu cheia de pães e perambulava até altas horas da noite, na tentativa de vendê-los.

Inconformada com a situação em que viviam, a menina, que era muito magrinha, aparentando desnutrição, sempre dizia que um dia “ainda ficaria rica”e com isso iria tirar a família daquela situação precária.

No entanto, o destino reservava outros planos para ela. Sábado, dia 15 de setembro de 1984. O assassino serial que rondava Itu havia voltado. Depois de matar Silvia ele tinha “dado um tempo” fora da cidade, mas não ficou longe muito tempo. Tentou se controlar, mas não conseguiu. Anos depois, ele iria dizer que gostava das crianças de um jeito diferente. Gostava de vê-las aterrorizada, gritando por socorro, enquanto eram estupradas. Gostava de bater no rosto delas até quebrar os dentes. O terror de suas vítimas o excitava. Ele gostava disso.

Nunca atacava ninguém por acaso. Premeditava seus crimes com antecedência. Sabia tudo sobre elas.

Izabel já estava sendo observada há algum tempo pelo monstro. Ele sabia seu nome, endereço, local em que estudava e até que horas ficava na rua.

No dia 14 de setembro daquele ano, ele passou uma tarde com Izabel. Com o pretexto de comprar alguns pãezinhos, ganhou a confiança da menina. Conversou muito tempo com ela, e ficou sabendo tudo a seu respeito.

A garotinha Izabel Bezerra da Silva, estuprada e morta aos 10 anos de idade


Marcou de se encontrar com ela no dia seguinte para comprar vários pães. Inocente, Izabel acreditou. Ela não sabia, mas estava marcando um encontro com a morte. Quando chegou em casa contando que havia conhecido um homem bonzinho, que inclusive lhe dera algumas moedas e iria comprar vários pães no dia seguinte, os pais da menina desconfiaram. Proibiram que fosse visitar o misterioso cliente.

No sábado, 15 de setembro, Izabel trabalhou muito. Apesar de ser apenas uma criança tinha uma enorme responsabilidade nas costas, já que ajudava a sustentar a casa com aquele trabalho diário.

Durante todo aquele dia ela esteve várias vezes em um bar localizado perto de sua casa, oferecendo seus pães. Era um dia aparentemente comum. O movimento estava bom. Vendeu vários pães, tanto é que por volta das 18 horas entrou em casa com a cesta vazia. Entregou o dinheiro das vendas aos pais, pegou mais três pães e pouco antes de sair novamente, disse rindo: “eu ainda vou ficar rica”.

Izabel estava errada. Seu destino estava nas mãos de um monstro.

Por volta das 20 horas, várias pessoas viram “a menina dos pãezinhos” com sua cestinha de bambu, indo em direção à fazenda Campo Neto. Ela estava em companhia de um elemento barbudo, desconhecido na cidade. Menos de quatro meses atrás, um indivíduo com essa descrição fora visto com a garotinha Silvia, na ocasião de seu desaparecimento.

Naquela noite, Izabel não voltou pra casa. Ela estava sozinha no meio de um matagal com um assassino sanguinário que iria estuprá-la e matá-la.

Depois de atrair a menina com sua boa conversa, o assassino revelou sua verdadeira face e partiu violentamente pra cima da criança indefesa. Para que Izabel não gritasse o maníaco arrancou a toalha de pano que cobria os pães e enfiou trinta centímetros dela dentro da boca dela. Os gritos foram abafados e o assassino pode violentá-la de todas as formas que quis, enquanto enchia seu corpo de “dentadas”. Depois de satisfazer seus impulsos doentios ele pegou o restante da tolha, enrolou no pescoço da menina e a matou estrangulada. Abandonando o corpo de Izabel no meio do mato, foi embora do local tranqüilamente. Estava na hora de dar mais um tempo fora de Itu. As coisas iriam ficar quentes com mais aquele assassinato. Era melhor procurar outras cidades. Havia várias na região, e todas estavam repletas de crianças.

O cadáver de Izabel foi encontrado no dia 18 de setembro, no pasto da fazenda Campo Neto, a menos de um quilômetro de sua casa.

Izabel Bezerra da Silva

Quanto ao assassino, ele continuaria matando por aí. Não iria parar. Em hipótese alguma. A menos que o pegassem, mas se dependesse dele, não seria tão cedo.

Um dia, anos mais tarde ele iria dizer : “Se a criança não se comportava eu matava no soco, mas se obedecia eu só estrangulava. Gosto de matar, gosto de ouvir os gritos delas”.

Provavelmente Silvia não havia se comportado e por isso foi morta com socos na cabeça. Já Izabel, talvez tenha obedecido, mas nem por isso teve destino melhor.

Com um ar sereno, acima de qualquer suspeita, uma boa conversa e uma aparência inofensiva, o serial killer que estava aterrorizando Itu, iria continuar sua onda de matança por toda região. Afinal, Silvia não foi sua primeira vítima e Izabel... estava longe de ser a última.

CHICO VIDRACEIRO, O MATADOR DE CRIANÇAS

1984 foi um ano macabro para Itu. Os horrendos assassinatos das garotinhas Silvia e Izabel haviam provocado um profundo mal-estar na cidade. O temor que o assassino serial que rondava Itu voltasse à atacar a qualquer momento, deixava todos inquietos. Uma constante insegurança pairava no ar.

Era evidente que o assassino ainda estava solto. Era óbvio que ele continuaria matando. Ele poderia ser qualquer um, mas a pergunta principal era: Quem?

Elucidar o caso parecia cada vez mais impossível. O maior problema não era a falta de suspeitos e sim o excesso.

Alguns dos principais suspeitos que a polícia interrogava tinha o perfil psicológico bastante parecido com o do assassino que estava matando crianças na cidade. Porém, outros não passavam de imbecis, que apenas tiveram atitudes erradas no momento errado e acabaram se tornando suspeitos de um crime que nunca cometeram.

Vários nomes acabaram entrando para a história da crônica policial de Itu, como eternos suspeitos de cometer os crimes. O padrasto da garotinha Silvia foi um deles. Trabalhava como limpador de piscinas e usava luvas de borrachas, parecidas com as encontradas perto do corpo da menina. Um borracheiro que trabalhava no bairro São Luiz foi outro suspeito. Tinha visíveis falhas nos dentes, que lembravam de maneira incômoda as marcas de dentadas, encontradas no corpo de Izabel. Pelo mesmo motivo, José Carlos Furquim, que também morava no São Luiz e tinha inclusive passagens na polícia por estupro, tornou-se um forte suspeito. Em 1990 Furquim, acabaria sendo linchado até a morte na cadeia, acusado desses crimes.

Mas, em meio a tanta histeria, pistas falsas, rumores e temores, havia um homem, que tinha tudo para ser o serial killer de Itu. Ele adorava ver crianças, principalmente mortas.

Foi logo após o assassinato de Silvia que a polícia de Itu soube da existência dele.

O investigadores Rocha, Henrique, Despontim e o delegado doutor Cirineu tomaram conhecimento de que um serial killer que estava matando várias crianças na cidade de Rio Claro (também no interior de São Paulo) acabava de ser preso naquela cidade. Os quatro policiais foram até lá, acompanhados pelo repórter policial Ailton Barby, que divulgou os crimes a exaustão, na intenção de ver os casos solucionados.

Não encontraram um monstro aterrador como esperavam. Muito pelo contrário, o “monstro de Rio Claro” como o assassino estava sendo chamado, era apenas um velhinho aparentemente frágil e pacato. Mas só aparentemente. Seu nome era Francisco de Marco, mais conhecido como CHICO VIDRACEIRO. Casado, 66 anos de idade e pai de três filhos.

Havia sido preso em Rio Claro poucos dias após a morte de Silvia.

Muitos anos antes, ele havia morado na cidade de Marilia, onde violentara e matara um menino e uma menina.

Acabou sendo preso, mas fugiu alguns anos depois, se refugiando na cidade de Ponte Nova, interior de Minas Gerais. Dois anos se passaram. Então, ele assassinou outra menina, desta vez em Ponte Nova. Foi descoberto novamente e preso pela polícia local.

Transferido para uma penitenciária de São Paulo, foi condenado a 50 anos de prisão. Um irmão que morava em Rio Claro passou a visitá-lo com uma certa freqüência enquanto estava na prisão.

Apesar de ser um monstro na rua, Francisco tinha bom comportamento na cadeia. Foi por causa desse comportamento que ele acabou sendo considerado um preso exemplar e “merecedor de confiança”. Mesmo tendo assassinado “oficialmente” (pode ser mais) três crianças, foi solto, beneficiado com a prisão albergue. Voltou para dormir na cadeia apenas alguns dias e sem qualquer aviso desapareceu. Estava em Rio Claro. E, já que estava livre novamente, iria aproveitar a liberdade para fazer o que mais lhe dava prazer... estuprar e matar crianças.

Francisco adorava perambular pelo Jardim Público de Rio Claro. Ficava excitado vendo os meninos pobres que engraxavam sapatos, andando de um lado para outro, com suas pesadas caixas de madeira nas costas.

No dia 22 de outubro de 1982, o maníaco fez sua primeira vítima naquela cidade.

Depois de estuprar, matou com crueldade um menino de 11 anos conhecido por Betinho, que trabalhava como engraxate. Dois lenhadores encontraram o cadáver do menino em um matagal, no dia 31 daquele mesmo mês.

Em março de 1983, o garotinho José Nogueira Neto, de apenas 9 anos desapareceu. Cinco meses depois encontraram sua ossada em uma estrada velha do bairro Santa Gertrudes. Mas, antes mesmo de seu corpo aparecer, a menina Maria Márcia de Carvalho, a “Marcinha” , também estava desaparecida. Sua ossada foi encontrada em novembro de 1983. Ela só tinha 11 anos.

A mãe a reconheceu pelas sandálias melissa, que sempre usava.

No dia 15 de maio de 1984, o garotinho Moacir, de 10 anos, sumiu por um dia. Foi encontrado no dia seguinte. Violentado e morto. Exatamente como as outras três vítimas de Rio Claro. Exatamente como Silvia em Itu.

Graças a uma operação realizada em conjunto com o delegado de Marília, Dorival de Freitas e o delegado de Rio Claro Oswaldo Galvão França Filho e toda sua equipe, o assassino foi descoberto e preso.

No barraco imundo em que Francisco vivia, estava guardado todos os pertences de suas vítimas, desde alguns objetos pessoais, até caixas de engraxate e todo o material que os meninos usavam para trabalhar.

Interrogado pela Polícia Civil de Itu, Francisco negou o assassinato de Silvia e garantiu nem mesmo conhecer Itu. Ele não estava mentindo, pois no dia 15 de setembro de 1984, enquanto Francisco estava trancafiado em sua cela em Rio Claro, o serial killer de Itu, estuprou e matou a garotinha de 10 anos, Izabel Bezerra da Silva.

A população de Rio Claro respirou aliviada quando Francisco de Marco foi condenado a 71 anos de prisão em regime integralmente fechado.

Mas, o que os habitantes daquela cidade nem sequer imaginavam naquele momento, é que muito em breve iria surgir um segundo monstro de Rio Claro. E, esse, além de ser muito mais sádico e perverso do que Francisco estaria relacionado de maneira sangrenta com as mortes das garotinhas... Silvia e Izabel. Esse assassino era LAERTE PATROCÍNIO ORPINELLI.


Fonte:




Sérgio Antônio Baptistella “O Maníaco do Raio X”





Porto Alegre, RS – O radiologista Sérgio Antônio Baptistella, autor do assassinato da médica gaúcha Marilise Reis Dotto e suspeito da morte de outros dois colegas de profissão, no Rio, foi classificado por seu advogado, Luís Sérgio Vasques Miotti, como um "maníaco depressivo". Baptistella fazia psicanálise "há mais de 20 anos". 

Baptistella está preso na cadeia municipal de São Gabriel, desde junho de 1998, quando foi preso em flagrante logo depois de matar Marilise com dois tiros. 
Além de confessar os assassinatos de José Luiz Madrid e Rosa Maria Pesce e a tentativa de matar Paulo Roberto Vicente de Carvalho (ele já tinha confessado a morte de Marilise Reis Dotto), a polícia revelou que tem provas de que Baptistella matou seu sócio Amaro José França de Oliveira e tentou matar a esposa dele, Alzira Pereira de Melo, e também já tentou matar o diretor do Hospital da Posse, João Ricardo Piloto.

As motivações para os crimes foram diferentes. Madrid teria sido eliminado por haver ocupado o posto de Baptistella no hospital. E Rose, por não aceitar propostas amorosas do colega. O mesmo motivo, segundo o próprio autor, levou-o a matar a pediatra gaúcha Marilise. 

Sobre o criminoso, que é gaúcho e, depois de formado, transferiu-se para o interior fluminense, pesam mais suspeitas. Ele teria baleado, com quatro tiros, José Ricardo Piloto, diretor do Hospital da Posse. Piloto foi quem afastou Baptistella da chefia do Serviço Radiológico, nomeando Madrid para o seu lugar. O episódio ocorreu no dia 15 de agosto do ano passado.

O acusado negou responsabilidade pelo atentado. Mas teria admitido uma tentativa de homicídio contra Paulo Roberto de Carvalho, dono da Clínica São Jerônimo, no bairro de Jacarepaguá. A exemplo de Piloto, Carvalho dispensou os serviços de Baptistella, que teria decidido pela represália. Suspeita-se que ele também esteja implicado na morte, ocorrida em 1996, do técnico em radiologia e seu ex-sócio, Amaro França de Oliveira. 

O médico, de 46 anos, matou Marilise, de 43 anos, sua colega de turma, no dia 19 de junho, em São Gabriel, cidade da campanha gaúcha. Marilise chegava em casa, na Rua Edenglar Melo da Costa, quando Baptistella desferiu-lhe dois tiros de pistola. Atingida na cabeça, Marilise foi socorrida, mas morreu horas depois.

Capturado durante a fuga na BR-290, imediações da cidade de Caçapava do Sul, o assassino portava duas pistolas. Remetidas para o Rio e submetidas ao exame de balística, as armas ajudaram a incriminar Baptistella nos demais delitos.

Hábitos estranhos

Baptistella era uma pessoa de comportamento anti-social e de hábitos estranhos, na definição de vizinhos e funcionários do prédio de onde morava, há quatro anos, na Rua Carlos de Vasconcelos, na Tijuca, Rio de Janeiro. Sérgio vivia sozinho e costumava ser alvo de reclamações dos vizinhos de andar, por causa do mau cheiro que exalava de seu apartamento. Há dois anos, quando tinha dois cachorros, o radiologista se ausentou por alguns dias. Um odor forte, então, chegou aos andares próximos. Quando Sérgio voltou ao prédio, foi descoberta a razão: um de seus cachorros morrera de fome.

No imóvel, foram encontrados ainda duas armas, livros de propaganda nazista e revistas de aviões de guerra. 


Fonte:

Abraão José Bueno "Matador de Crianças"





Abraão José foi descrito como um bom funcionário, atencioso com pacientes e familiares. Trabalhava no instituto desde 2003 e também dava plantão na Unidade Intermediária do Hospital Estadual Albert Schweitzer e na pediatria do Miguel Couto. 

Abraão José Bueno, o monstro de jaleco

Abraão José Bueno nascido em 1977, é um ex-enfermeiro brasileiro acusado de ser assassino em série (serial killer) no Brasil.

Em 2005 ele foi condenado a 110 anos de prisão pelo assassinato de quatro crianças e tentativa de assassinato de outras quatro.

Bueno trabalhava como enfermeiro no Instituto de Puericultura Martagão Gesteira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Em 2005, Bueno, trabalhando em uma ala das crianças, começou a injetar bebês e crianças mais velhas com overdose de sedativos, levando-os a parar de respirar. Ele então chamava os médicos para ressuscitá-los. No curso de um mês, acredita-se que até quinze crianças terem sido alvo, todos com idades entre um e dez. Muitos sofriam de AIDS (SIDA) e leucemia.

Bueno foi preso em novembro de 2005. Em 15 de Maio de 2008, ele foi condenado pelo juiz Valéria Caldi de quatro acusações de homicídio e quatro tentativas de homicídio. Ele foi condenado a 110 anos no total.

Acredita-se que Bueno cometeu seus crimes para que ele pudesse ser o primeiro a notar um problema com um paciente e assim ganhar o respeito e a admiração de seus colegas de trabalho.

O JULGAMENTO:

RIO DE JANEIRO - O Ex-técnico de enfermagem Abraão José Bueno, de 30 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri Federal a 110 anos de reclusão em regime fechado por oito homicídios, triplamente qualificados, de crianças internadas no Instituto de Puericultura Martagão Gesteira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os crimes ocorreram em 2005. Ele provocou a morte de quatro crianças e tentou assassinar outras quatro.

O julgamento, que teve início na última terça, foi encerrado às 6h desta quinta-feira, depois de 35 horas de duração. José Bueno respondia ao processo preso desde que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), em dezembro de 2005.

O Júri considerou que os homicídios foram triplamente qualificados por terem sido cometidos por motivo torpe, pois o acusado buscou obter prestígio profissional e satisfação pessoal. Além disso, também considerou que os crimes foram feitos de forma insidiosa, já que o condenado aproveitou-se da sua condição pessoal de técnico de enfermagem, pois era responsável pelo cuidado das vítimas e tinha conhecimento sobre os quadros clínicos das mesmas.

Ele também escolhia o melhor momento para nelas injetar medicamento não prescrito e mantendo-se ao lado das vítimas, escondendo da equipe médica a causa do súbito agravamento das crianças.

Segundo a denúncia, o ex-técnico de enfermagem, conhecendo as condições de saúde dos pacientes, injetava nas vítimas - todas crianças - medicamentos sedativos, barbitúricos e bloqueadores musculares sem prescrição médica ou em doses mais elevadas, levando-as a sofrer súbitas paradas respiratórias e agravando o estado geral de saúde. Com isso, pelo menos quatro morreram.

"O julgamento desse acusado pelo Júri Popular reflete a resposta da sociedade aos atos hediondos que ele praticou e uma satisfação às famílias das crianças vitimizadas e que sofrem até hoje pelos graves fatos ocorridos no Hospital", afirma o procurador da República José Augusto Vagos.



Fonte:
ultimosegundo.ig.com.br



Eduardo Sebastião do Patrocínio “O Estrangulador da Zona Leste”



“A sequência de crimes se assemelha a de um serial killer. A assinatura dele é estrangulamento. Todas as vítimas dele foram mortas assim”. A frase é do delegado do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Itagiba Franca.

Patrocínio foi casado e teve três filhos. Em 2010, o crack entrou na vida de Eduardo Sebastião do Patrocí­nio, de 42 anos. Sob efeito da droga, acumulou uma sucessão de fracassos sexuais com prostitutas viciadas. Surgia um serial killer em São Paulo.

O palhaço assassino (trabalhava como palhaço animando o público em frente a estabelecimentos comerciais) foi preso no dia 24/01/2013, 12 dias depois de ter assassinado Senira Leite de Oliveira. A garota foi colocada dentro de uma mala de viagem e largada na Rua Alarico Cavalcanti Nunes, no Itaim Paulista, na Zona Leste.

Em novembro de 2012, um crime semelhante havia ocorrido no mesmo bairro e a polí­cia passou a investigar a existência de um assassino em série. Naiara Ribeiro de Sá também havia sido estrangulada e deixada dentro de uma mala.

A delegada Elisabete Sato, diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), pediu para que seus policiais levantassem, pela etiqueta da primeira mala, qual a companhia aérea e, depois, quem era o dono do objeto.

“Era uma chinesa que morava em um condomínio na Barra Funda. Ela confirmou ter dispensado a mala para reciclagem. Levantamos os nomes dos funcionários do local e quem morava no Itaim Paulista, região dos crimes. Chegamos a esse rapaz, que era zelador, à  época”, disse.

Eduardo confessou cinco assassinatos. Disse que todas as vítimas faziam ponto de programa na Avenida Marechal Tito e todas usavam crack. A polí­cia investiga um sexto caso.

Eduardo foi procurado em casa, mas foi preso no imóvel da namorada, Sueli, que, segundo ele, tem problemas mentais. Estava com medo, debaixo da cama.

“Esse rapaz era assassino contumaz. Ia matar mais se ficasse na rua. Percebi que ele pode ter transtorno infantilizado de comportamento. Relacionado com transtorno de impulso. Culpabilizar a ví­tima como sendo a pessoa que não lhe deu prazer”, avaliou a delegada.

Eduardo teve prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. A polí­cia procurou objetos que pudessem significar troféus para o acusado. Encontrou comida de bebê, brinquedos e filmes infantis na casa. Eduardo disse que frequentava  igreja e procurava as prostitutas na intenção de sentir prazer. “Sem droga eu tinha”, disse.

CRIMES


1 - Primeiro assassinato

“Foi em (dezembro) 2010. Era uma garota de programa. Estava na Marechal Tito, no posto de gasolina, perto da padaria. Ela cobrou R$ 20. Falei que só tinha R$ 10. Ela me levou em um terreno baldio, só que eu estava sem condições. Foi quando eu comecei a usar a droga (crack). Quando eu uso entorpecente,  não tenho ereção. Ela pegou o dinheiro e, como eu não tinha ereção, não queria fazer mais nada.  Nessa fiquei nervoso e enforquei ela.  Ela se bateu. Eu apertei até ela perder os sentidos.”

2 - Levando para casa

“Foi em (maio) 2012. A moça estava se prostituindo próximo da Casas Bahia, na Marechal Tito.  Chamei e ela falou: 'Vamos'. Só que aconteceu o mesmo fato. Eu não sentia ereção. Fomos para minha casa. Falei para ela que para o motel não dava para ir porque não tinha dinheiro. Ela pediu R$ 20 também. Eu só tinha R$ 10. Ela tirou a roupa, mas não aconteceu o ato. Se eu não ia fazer nada por que ela ia ficar com meu dinheiro? eu fiquei nervoso e a enforquei também. A gente usou droga junto. Pus ela no ombro e a deixei deitada na esquina, perto da Igreja Batista.”

3 - Tapete vermelho

(julho 2012) “Eu a peguei também lé na Marechal (Tito), perto da Caixa Econômica Federal, se prostituindo. Fomos a pé até a minha casa e ela não quis ter relação comigo pelo fato da droga. Ela também queria que eu usasse camisinha. Mas eu não queria.  Acabei enforcando ela. Enrolei (o corpo)  em um tapete vermelho e joguei  um pouco mais à  frente da igreja.”

4 - Primeira mala

(novembro 2012) “Ela ficava vindo na minha casa direto, me perturbar. Ela me pediu comida. Eu dei um prato de comida para ela. Foi lá, tomou banho na boa. Mantivemos relação sexual. (Ela) Falou se eu tinha como dar um dinheiro. Dei. (No dia do crime) Fomos para minha casa e falei: 'Você pegou meu celular'. Ela disse: 'Não peguei'. A gente discutiu. Ela ficou no chão, usando o entorpecente. Fiquei com raiva, acabei enforcando ela, pus na mala. Não precisou quebrar nada. Fui arrastando. Tinha rodinha.”

5 - Mala difí­cil

(janeiro 2013) “Encontrei ela também na Marechal Tito, perto da Caixa Econômica Federal. Essa foi em 2013. Foi a última. Ela cobrava R$ 20. Eu já tinha comprado R$ 10 de crack e ofereci R$ 10 pelo programa. Fomos para casa. Aconteceu a mesma coisa. Ela não quis devolver o dinheiro e aí veio a fúria. Estrangulei com as minhas mãos e fiz sexo com ela com o dedo. Coloquei ela dentro da mala azul e levei até a Marechal, perto do posto de gasolina. Levei a mala no ombro. Tinha rodinha mole.”

A mala trazia uma etiqueta de um voo, de Guarulhos para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em setembro de 2012. Pela identificação, a polícia quer chegar até o dono da bagagem



Senira Leite, de 25 anos, foi achada dentro de uma mala na Rua Alarico Cavalcanti Nunes, no Itaim Paulista, na Zona Leste. Vizinhos chamaram a polícia depois que suspeitaram que pudesse haver uma bomba dentro da mala.


A vítima tinha alguns hematomas no rosto e também no corpo. 

A família dela reconheceu o corpo. A mãe (foto) também disse que a mulher era viciada em crack e passava mais tempo na rua do que em casa.


Para o delegado, Patrocínio é um homem perigoso. "Se ele não fosse preso, não ia parar de matar". Franco acredita ainda que ele tenha cometido outros crimes. "O intervalo entre a primeira e a segunda morte é muito grande em consideração as outras que aconteceram quase em sequência. Embora ele diga que não, vamos investigar ainda se houve crimes entre 2010 e 2012", disse.


Delegado dá detalhes sobre a prisão do homem que confessou a morte de cinco mulheres em São Paulo



O delegado Itagiba Franco, do DHPP





Protesto com cartazes


Ativistas do grupo Femen Brasil protestaram no bairro da Liberdade, na região centro da capital paulista, contra os assassinatos ocorridos na zona leste de São Paulo.

As mulheres do grupo pintaram os corpos e levaram cartazes com referência aos crimes.
Em um dos cartazes estava escrito: 

"se você broxar, não tente nos matar"


 Ativistas do Femen em protesto

 Ativistas do Femen em protesto


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Marcos Antunes Trigueiro “Maníaco de Contagem”




Forte, olhos verdes, 1,86m de altura, Trigueiro é o mais velho de 3 irmãos – os outros são Alexandre e Viviane. A família tinha um histórico de violência: “Nosso pai, depois de separar da mãe, viveu com a gente à força, e só batia, era pontapé, soco, eu tenho uma clavícula quebrada até hoje, devido às agressões. O Marcos sempre foi calado, não tinha amigos”, diz o irmão Alexandre, de 29 anos. 



Há relatos de que o pai de Marcos, o falecido caminhoneiro Nívio Antônio, esquentava chaves de fenda para queimá-los. Tanto o pai e a mãe bebiam muito e sua mãe nunca foi visitá-lo na cadeia... não se viam há sete anos. Segundo Alexandre, o irmão não tinha amigos e seu único passatempo, já adulto, era jogar videogame: "jogos de luta, arrancar cabeça, perna, braço.Ficava até de madrugada jogando”. Como demonstram estudos sobre o tema, jogos violentos não produzem criminosos. Mas o comportamento obsessivo pode indicar problemas mentais. “É natural que um estuprador tenha prazer nesse tipo de jogo”, diz o psicanalista Francisco Daudt. “Mas nem todos que gostam desse tipo de jogo sairão estuprando e matando.”


Na avaliação feita pelos psiquiatras forenses, o “maníaco de Contagem” não quis falar sobre os crimes. “Ele demonstrou o que chamamos de frieza afetiva. Ele é indiferente ao outro e a ele mesmo”, disse Alan Passos, coordenador de psiquiatria do Instituto Médico Legal. “Ele é calmo, fala baixo, nunca olha nos olhos e não se perde no raciocínio. De doido ele não tem nada. É ruim mesmo”, diz o promotor Francisco Santiago.



Está no terceiro casamento e pai de 5 filhos, a sogra de Trigueiro disse que sua filha, Rose Paula, gosta muito dele e sempre o considerou um bom marido. Rose é evangélica, o marido a acompanhava nos cultos. Uma das duas ex-mulheres de Trigueiro também o elogiou ao depor e disse que a separação aconteceu por ela ser muito mais velha e por ele ser romântico demais. Segundo ela, depois da separação ele teria mudado. Passou a chantageá-la exigindo dinheiro para não sequestrar a filha.

Pintor desempregado, estava escondido embaixo da cama, no barracão onde morava com a mulher e uma filha, quando o policial chegou e se fez passar por um cliente, interessado em comprar seus objetos de artesanato.

O suspeito já era conhecido da polícia.Em 2004 foi acusado de roubar e matar o taxista Odilon Ribeiro. Poderia ter sido condenado a pena entre 20 e 30 anos de prisão. Saiu em 30 dias. Não houve denúncia, pois não havia sequer o auto de necropsia. Preso novamente em fevereiro de 2005 por roubo, fugiu em outubro. Recapturado em janeiro de 2006, cumpriu um terço da pena de 5 anos, passou ao regime semiaberto e saiu de vez em junho de 2008. Quando preso pelos assassinatos em Contagem, confessou o assassinato do taxista, ocorrido há 6 anos atrás.





Modus Operandi

O roteiro dos estupros seguidos de morte era o mesmo. Ele abordava as vítimas em seus carros, dando a entender estar armado, e as levava para locais desertos. Lá, ele as estuprava e depois pedia que vestissem novamente a roupa, como se fosse libertá-las. Então as estrangulava. 

Todas as suas vítimas eram morenas claras, de classe média e cabelos compridos. Curiosidade: as vítimas tinham o mesmo perfil da mãe de Marcos.

“Ele tenta nos convencer de que o sexo era feito com o consentimento delas e que elas gostavam”, afirma o promotor Francisco Santiago. “Diz que só queria provocar desmaios.” Só roubava o aparelho celular das vítimas. Para o representante do Ministério Público no caso, Trigueiro tem “amnésia de conveniência”: só lembra do que lhe interessa.




Vítimas

Janeiro de 2009
Adna Feitor Porto 1ª. Vítima
16 de Janeiro
Adna Feitor, 34 anos

De acordo com o marido da vítima, o comerciante Íris Oliveira Porto, 36 anos, que, depois do crime se mudou para Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, sua mulher desapareceu em 27 de janeiro de 2009, no Bairro Lindeia, Região do Barreiro. O carro dela foi deixado na Via Expressa, Bairro Camargos, também na Região Noroeste.

O marido telefonou para o celular dela e notou que a mulher estava estranha ao telefone. O carro da comerciante foi encontrado, um dia depois do desaparecimento, abandonado próximo à estação do metrô da cidade. Uma semana depois o corpo foi encontrado. Depois do estupro foi estrangulada.

Segundo Porto, a perícia não teria coletado impressões digitais no veículo. O corpo de Adina apareceu uma semana depois, numa estrada rural da cidade de Sarzedo, e também apresentava sinais de estrangulamento. Devido à decomposição do corpo, não foi possível coletar o material genético do assassino.

“Levei o carro para um lava-jato e encontrei o retrato de um homem desconhecido, moreno, de cavanhaque, com idade de 30 a 37 anos. Pedi meu irmão para entregar o retrato a um delegado da 6ª Secional de Contagem, que prometeu investigar. Isso nunca aconteceu, pois não me deram nenhum retorno”. Porto disse que só decidiu revelar o fato após tomar conhecimento da atuação do maníaco.


Abril de 2009
Ana Carolina Assunção - 2ª. vítima
16 de Abril







A empresária Ana Carolina Assunção, de 27 anos, morava em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e ia todos os dias, com a mãe, buscar o filho pequeno na escola. Na tarde em que desaperceu, Ana Carolina telefonou para a ela e pediu que fechasse a loja e esperasse do lado de fora, pois não ia descer do carro. A mãe fechou a loja rapidamente, já estava escuro. Viu de longe, na esquina, Ana Carolina dando ré no carro e indo embora. Ela achou estranho e resolveu esperar um pouco. Acabou voltando para casa a pé e comentou com a família que a filha não a tinha esperado. Como a moça não voltava, resolveu pegar o carro e ir procurar pela filha no caminho da loja. Sem notícias, o irmão e o marido de Ana Carolina telefonaram para o celular dela. De forma estranha, a empresária atendeu e disse que estava voltando para casa. A família telefonou de novo. Ela atendeu dizendo que não podia falar e eles escutaram a voz de uma pessoa ao lado dela. Seu carro foi encontrado horas depois, na Avenida Governador Benedito Valadares, no bairro João Pinheiro, em local deserto e de pouca iluminação. A empresária estava morta no banco traseiro, estrangulada com o cadarço do tênis, e o filho dormia sobre o seu corpo.



Mais tarde, o assassino disse que abordou a empresária quando ela estava dentro do carro, brincando com o filho de 1 ano e quatro meses. Antes de abandonar o veículo com a vítima dentro, ele pôs a criança no colo da mãe, já morta, fechou o carro, acionou o alarme e foi embora. O maníaco contou à polícia que a empresária implorou diversas vezes para que a vida dela e a do filho fossem poupadas.



Os familiares da vítima ainda choram quando lembram a morte trágica de Ana Carolina.
"Minha irmã estava com o filho de um ano e foi atacada na frente dele. Até hoje não conseguimos nos recuperar. Ele tirou a vida de uma pessoa querida, de uma mãe e nós nunca vamos esquecer isso" – lamentam.

Setembro de 2009
Maria Helena Lopes Aguilar – 3ª. Vítima
Dia 16 de setembro

A comerciante Maria Helena Lopes Aguilar, de 48 anos, foi encontrada morta, estrangulada, dentro do próprio carro, numa área de vários motéis, na Região Noroeste de Belo Horizonte. A comerciante saiu para trabalhar e nunca mais foi vista. A família esperou por sua volta depois do trabalho e sem notícias, nem contato com a comerciante procurou a Delegacia de Desaparecidos para registrar o desaparecimento. A empresa responsável pelo rastreamento do veículo de Maria Helena foi acionada na manhã seguinte ao sumiço. O carro foi localizado. O filho da vítima, Leonardo Lopes, conta que ele e o irmão foram atrás do carro e encontraram a mãe morta antes mesmo da polícia chegar. Leonardo disse que nunca vai esquecer a cena do crime e chora ao dizer que se a polícia pudesse usar a identificação genética talvez a mãe ainda estivesse viva, pois o criminoso teria sido preso antes de cometer outro crime. Segundo a polícia, a vítima foi estrangulada com o cinto de segurança do banco de trás do veículo.

Outubro de 2009
Natália Cristina de Almeida Paiva - 4a. Vítima






A estudante Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27, foi morta em 7 de outubro. Maria Aparecida de Paiva viu a filha pela última vez quando ela saía de casa, para ir à PUC, onde cursava o primeiro ano de Direito. Natália nunca chegou à faculdade. Mãe de uma menina de 3 anos e um menino de 9, morava com a mãe. Um dia depois do sumiço, a polícia localizou o carro da jovem nas imediações de uma delegacia, na mesma região. Os parentes desabaram. O veículo estava fechado, com marcas de batida e com os pertences de Natália dentro. Na época, a família ficou dias sem dormir, nem comer, desesperada à procura de pistas do paradeiro da moça. O corpo só foi encontrado 22 dias após o desaparecimento. A ossada da moça da foi enterrada como indigente. Somente muito tempo depois, a família conseguiu reconhecer os restos mortais de Natalia.

“Minha filha ficou esquecida no IML por três meses e depois foi enterrada como indigente. É revoltante o descaso com o sofrimento da gente, de tudo que nós passamos desde o ano passado quando ela desapareceu. A gente procurava todo dia, todo dia a gente ligava para o IML e para a Delegacia de Desaparecidos e nada. Agora, ela aparece assim, depois de tudo isso. Só Deus para me dar forças nesse momento”.

“descaso pela dor da família”. “Nós tínhamos até telefones pessoais de quatro funcionários do IML. Todos os dias a gente ligava para ver se tinha alguma coisa. A resposta era sempre a mesma: nada. Agora, ficamos sabendo que o corpo da Natália estava lá, abandonado, e o pior, foi enterrada como uma indigente”, desabafou Natiele Aparecida de Almeida Paiva, 17 anos, irmã mais nova de Natália na época em que o corpo foi identificado.

“Na manhã daquele dia (7 de outubro de 2009), eu e a Natália levantamos cedo e tomados café. Ela estava muito feliz, pois morava em São Paulo e tinha se mudado para cá há quatro meses. Seria seu primeiro dia de trabalho. Foi a última vez que conversei com ela”, disse Natiele, sem segurar o choro. A auxiliar de enfermagem Naiara de Almeida Paiva, 23 anos, disse que sua irmã, Natália, tinha sonho de estudar Direito e ser juíza.

“Ela dizia que queria lutar por mais justiça nesse mundo. Agora, acontece uma coisa assim com minha. Durante todo esse tempo, a gente tinha uma ponta de esperança que ela fosse aparecer, e ,agora, recebemos a notícia da pior forma. É muita falta de respeito com a gente”, resumiu.

Edna Cordeiro de Oliveira Freitas - 5a. Vítima




Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, 35 anos, contadora, saiu da faculdade onde trabalhava, no bairro Floresta, indo buscar a filha de 15 anos na casa de uma amiga, a três quarteirões de sua casa. Antes, a contadora ia passar na Escola Municipal Nossa Senhor Aparecida, na rua Uruguai, para pegar um documento com um colega de trabalho. Edna telefonou para ele às 19h40min, dizendo que já estava quase na porta da escola, pedindo que ele a esperasse no portão, mas não apareceu. Seu carro foi encontrado no mesmo dia, com a chave na ignição, porém, seu corpo foi encontrado no dia seguinte, numa estrada de acesso ao Condomínio Retiro das Pedras, em Nova Lima, usando uma aliança com seu nome e estrangulada com um cabide de arame revestido com material plástico que Edna usava no carro para pendurar um blazer. Como mantinha as unhas grandes e bem cuidadas, a perícia encontrou pedaços de carne e pele debaixo delas. Por conhecer o temperamento de Edna, a família na época chegou a pedir que divulgassem que o assassino possivelmente estaria ferido, mas não deram atenção. Constataram que Edna foi violentada quando estava desmaiada ou morta.







Em todos os casos, os celulares das vítimas foram levados, deixando objetos de maior valor.

A Polícia Civil também encaminhou à Justiça da Comarca de Ibirité, no dia 20 de janeiro, o inquérito policial que investigou a morte da filha de Marcos Antunes Trigueiro. A menina, de três meses, foi espancada até a morte, em fevereiro de 2005.

“Não tenho a menor dúvida de que ele é um psicopata grave”, diz a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, autora do livro Mentes perigosas – O psicopata mora ao lado. “O psicopata é desprovido de qualquer sentimento por outro ser humano.” Mas sabe exatamente o que está fazendo, segundo Ana Beatriz: “São pessoas que nascem com razão, mas sem sentimento, com um transtorno de personalidade”.

Laudos do Instituto de Criminalística que comprovam que dois celulares que tinham sido queimados e estavam enterrados na casa do maníaco eram mesmo de duas das vítimas dele: Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27, e Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35.



CONDENAÇÃO

Em 30 de junho de 2010, ele foi condenado a 34 anos e quatro meses de prisão por homicídio, estupro, furto e exposição de incapaz ao perigo no julgamento da morte de Ana Carolina Menezes Assunção.



Já em 30 de setembro de 2010, Trigueiro foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado pela morte e estupro da empresária Maria Helena Lopes Aguiar, de 48 anos, e furto.


Em 11 de setembro de 2012, a Justiça condenou Trigueiro a 36 anos e nove meses, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, estupro e furto a Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35 anos. 


Em 11 de novembro de 2014 foi condenado pela morte de Natália Cristiana Almeida de Paiva, de 27 anos, em fevereiro de 2009.Acusado de homicídio qualificado, estupro e furto. Segundo a Justiça mineira, a pena é de 31 anos, oito meses e dez dias de prisão. Desta vez, ele foi julgado no Fórum de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte,


Trigueiro também é acusado de estuprar e matar Adna Feitor Porto, de 34 anos, em janeiro de 2009, mas ainda não há data para esse julgamento.


Entrevista com Rose Paula Teixeira Câmara, esposa de Marcos
publicado em 05/03/2010 pelo noticias.r7



"Também perdi a minha família. A dor que sinto é tão grande quanto a que as famílias dessas mulheres estão sentindo."
Este foi o desabafo feito ao Hoje em Dia pela vendedora e manicure Rose Paula Teixeira Câmara, de 27 anos, mulher do pintor Marcos Antunes Trigueiro, de 31 anos, acusado de ser o “Maníaco do Industrial”, ao falar sobre o envolvimento do marido em pelo menos cinco homicídios de mulheres na Região Metropolitana de BH.

Ainda usando a aliança de casamento, Rose afirma que vai pedir o divórcio a Marcos, com quem tem uma filha de um ano e oito meses, mas ainda não sabe quando.

Os dois se conheceram em outubro de 2005 e três anos depois, quando ele saiu da prisão ao cumprir pena por furto, se casaram. A filha deles nasceu no mesmo dia em que foram morar juntos.

"Assistiu o parto, segurou a minha mão. Ele é um marido e um pai amoroso", afirma.

A esperança, segundo Rose, era de que Marcos tivesse se arrependido e mudado de vida. A vendedora garante que não sabia dos crimes atribuídos ao pintor. Porém, quando a estudante de Direito Natália Cristina de Almeida Paiva, 27 anos, desapareceu em outubro do ano passado, chegou a perguntar ao marido se ele teria algo a ver com o caso.

"Negou, falou que eu estava ficando louca. Mas senti alguma coisa me incomodando. Não sei explicar isso", diz. Agora, ela planeja voltar a trabalhar, estudar e se formar em Direito.

"Queria ser jornalista, mas vou chegar a ser é delegada de polícia", planeja.



Confira a íntegra da entrevista abaixo:

Como você e Marcos se conheceram?

Tinha acabado de descer do ônibus, chegando do serviço, indo para a casa da minha mãe. Chovia e ele me ofereceu carona no guarda-chuva (risos). Depois, me convidou para ir ao cinema. Não rolou nada de cara. Estava grávida de dois meses, de um cara que me abandonou, disse que o filho não era dele. Estava passando por momentos tão difíceis, e ele me encantou por ser legal, romântico. Uma vez, ele disse que iria me dar um presente, e uma colega minha disse para ele que teria que me dar um berço, pois eu estava grávida. Ele disse que não tinha problema, que assumia meu filho. Marquinhos (Marcos Trigueiro) registrou meu filho no nome dele.

E como é o Marcos?

Romântico, carinhoso, muito presente em minha vida, me elogiava, não gostava que eu andasse desarrumada. Me ajudava muito a fazer as coisas dentro de casa, até comida fazia. Às vezes, chegava em casa e ele tinha lavado a roupa. Ficava nervosa com ele, dizia que não precisava lavar porque ele não sabia. É uma pessoa fechada, mas minha família gostava dele. Gosta de assistir filmes de terror. Eu era muito ciumenta, porque muitas mulheres ficavam de cima dele. Chegamos a brigar algumas vezes, e eu até avançava nele. Ele nunca encostou a mão em mim e me dizia para não bater na cara dele. Ao contrário do que as pessoas falaram, Marcos não era evangélico. De novembro para cá, ele mudou muito. Ficava mais em casa, pediu para orar com ele, assistia programas evangélicos. Passamos um Natal tranquilo, o Reveillon na igreja. Ele ia na igreja quando eu pedia.

Como o Marcos se comportava quando lia, via ou ouvia alguma coisa na imprensa sobre as mortes dessas mulheres?

Ele sempre ficou normal, nunca deu alguma pista para que desconfiasse dele. Por fim, já não estava mais assistindo jornal e dizia que queria assistir programa evangélico. Quando ele colocava nesses programas, eu virava de lado, fingia que estava dormindo. Se ele voltava para o jornal, me virava para ver. Ele até brincava: “É, você gosta é de jornal, né?”. Quando não dava para ver, eu comprava o jornal na rua para saber desses casos. Acompanhei essa menina Natália, quando a ossada dela foi encontrada. Nunca pensei que ele tivesse matado ela. 

E você, como lidava com essas informações, sem saber que o Marcos estava envolvido?

Fazia unha e as clientes comentando sobre o maníaco. Imaginavam um cara feio, e eu nunca pensei que meu marido, um homem bonito, estivesse envolvido nisso. Mesmo ele tendo confessado, ter provas contra ele, DNA, às vezes meu consciente não acredita que ele fez isso. A dor é muito forte. Como uma pessoa que me tratava tão bem pode ter feito tão mal a essas mulheres? É isso que quero que ele responda. Por que fez isso? Sonho à noite com as famílias dessas mulheres. Também perdi a minha família.

Você sabia como o Marcos conseguiu os celulares das vítimas?

Ele dizia que tinha recebido como parte de pagamento de serviço feito por ele como pintor. Mas não era nas datas dos crimes, era um tempo depois. Vendi dois por sugestão dele mesmo, para conseguirmos um dinheiro. Não desconfiei de nada. Os celulares estavam sem números na memória, sem nome, nem nada, sem mensagens, totalmente limpo.

Marcos realmente tentou se matar na cadeia?

Fiquei sabendo pelo advogado que falou que ele também tinha ficado sabendo disso, antes de sair a reportagem no jornal. Pedi a ele que perguntasse ao Marquinhos se isso era verdade, mas ele ficou calado, em silêncio, não respondeu a pergunta. No dia em que o delegado fez a acareação com ele (antes dela sair da prisão, na última segunda-feira), vi ele de uma forma que nunca tinha visto, maltratado, muito sujo, triste. Ele chorou, me pediu perdão. Pedi a ele que não fizesse nada de errado.

Vai visitar o Marcos na prisão?

(Silêncio) Ainda não estou com a cabeça boa, estou magoada. Não quero vê-lo, mas também não vou me opor se algum parente quiser levar meus filhos para vê-lo.

Você ainda o ama?

O amor não acaba de uma hora para outra, mas não sei se vai dar para ficarmos juntos. Estou magoada. A minha cabeça não está boa mesmo. Sei que ele me ama do jeito dele. Se não me amasse, eu não estaria aqui, estaria morta. Se ele fez o que fez, poderia ter feito comigo também. Depois de ser preso, pediu ao advogado que se preocupasse comigo.

Você tem recebido o apoio da sua família?

De todos. Até pessoas conhecidas minhas têm me apoiado. Outro dia um cara que arrumou um emprego uma vez para mim me deu R$ 50, mesmo eu dizendo que não estava precisando. Me perguntam se preciso de alguma coisa, de dinheiro. Uma prima, pra me ajudar, pediu que fizesse a unha dela. Cobrei R$ 10, é um dinheiro honesto que ajuda a comprar leite, fraldas. 

Tem medo de alguma coisa?

Tenho medo de que, com toda essa repercussão, perca minha mãe. Ela tem pressão alta e teve que ir para o hospital no dia em que fui presa. Já não tenho pai e, se ela morrer, aí vou perder de vez meu chão. Minha mãe e meus irmãos não têm nada a ver com isso. Mas estão (a opinião pública) julgando a gente.

E como estão seus filhos?

(Chora) A minha filha chora e chama pelo pai o tempo todo. Minha mãe escondeu os jornais, mas ela viu uma foto dele no jornal e começou a falar “Papai, papai”. Ele é louco pelos meus filhos. Vivemos momentos muito felizes juntos. 

Você perdoa o Marcos?

(Pausa) Olha, se eu não perdoar o inimigo, Deus nunca vai me perdoar.










Fontes: