terça-feira, 5 de maio de 2015

ACLIDES MARCELO GOMES, o "Menino Mau"



Aclides, nascido em 17 de dezembro de 1978, com 33 anos, mato-grossense de Rosário Oeste, se dizia pintor de paredes. Seu lazer era fumar maconha, o que o deixava sadicamente alterado, pois, após consumi-la, partia para a prática de assaltos violentos e assassinatos, que o tornavam pior entre os mais malvados assassinos de Cuiabá. Seu advogado tentou alegar semi-insanidade devido a “distúrbios psicológicos causados por problemas familiares” já que ele fora abandonado por sua mãe, que era prostituta, e seu pai, o dono do prostíbulo.

Sua fama provém da adolescência, fase em que preferia ser chamado de “Menino Mau” à “bad boy” para não ser confundido com os machões de classe média da época e porque fumava maconha na companhia de outros dois amigos, cuja alcunha era “Boneco” e “Muié”. Com 20 anos de idade, já tinha matado 5 pessoas.

Nunca houve dúvidas quanto à masculinidade de Aclides, pois, era o mais cruel dos cobradores do tráfico de Cuiabá: sua marca registrada era o esmigalhamento dos crânios de suas vítimas (!!!!).

Escapou várias vezes dos cercos policiais até que, como considerado executor da “Chacina do Altos da Serra”, e andava despreocupado pelos bairros pobres de Cuiabá, acabou surpreendido na cama com duas mulheres. Tentou fazê-las reféns mas, não deu certo... foi preso em 20 de junho de 2001 e nunca mais saiu...

Ganhou notoriedade quando executou 6 pessoas de uma só vez no crime que ficou conhecido como a “Chacina dos Altos da Serra”, em 28 de março de 2001, às 1h30min, bairro onde morava.


Na ocasião, acredita-se que o traficante Edmilson dos Santos Siqueira ordenou que Aclides matasse sua concorrente, a traficante Gonçalina Guia Campos, de 35 anos, conhecida como “Simone”, dona de um ponto de venda de maconha, com o preço mais baixo da região.

Aclides e mais dois cúmplices foram ao local onde ocorria a venda de drogas e, enquanto seus comparsas torturavam os fregueses, ele provou a droga: Aclides ficou fora de si. Matou Gonçalina e os 5 fregueses, e esmigalhou seus crânios. Uma pessoa sobreviveu por fingir que estava morta. Além da assinatura deixada, os matou na frente dos dois filhos de Gonçalina – na época com 12 e 14 anos – testemunhas principais da chacina.

Ao ser preso, não confirmou o traficante Edmilson como mandante. Disse que teve um desentendimento com Gonçalina porque ela não queria lhe fornecer drogas. Tragicamente, as testemunhas do Ministério Público foram assassinadas: uma na própria casa e a outra na cela de um presídio.

Edmilson, possível mandante

As vítimas deste episódio foram o pedreiro João Severino da Silva; Eleonice da Costa Oliveira, a “Rosinha” (25); Gonçalina Guia de Campos (35); Antonieldes da Silva Nascimento (18); o travesti Vanderley Kilses, a “Amapoula” (35) e um homem não identificado que teve o corpo carbonizado.

Gonçalina foi brutalmente espancada e teve o corpo arrastado para fora da casa, quando os assassinos enrolaram sua cabeça com arame farpado e a deixaram agonizando até amanhecer. Revirada a casa em busca de pasta-base, nada encontraram... a droga só foi encontrada pela perícia durante a necropsia de Gonçalina: estava dentro de sua vagina (!!!).

Em 20 de março de 2009, Aclides foi condenado à 48 anos de prisão pela Chacina de Altos da Serra.

No dia 09 de outubro de 1999, às 20h30min, Aclides matou a tiros o chapeiro Luciano Rodrigues de Magalhães. Foi condenado, no dia 18 de fevereiro de 2011, à 13 anos de reclusão. Somavam-se, então, aproximadamente 100 anos de prisão e, segundo a sentença, além de antecedentes criminais, Aclides contava como crimes supervenientes mais de 10 homicídios, roubos, tráfico e uso de substância entorpecente.


No dia 19 de setembro de 2012, Aclides foi pronunciado pelo assassinato de Alexandre da Costa Meira, no dia 09 de dezembro de 1999, à 1h da manhã, na Avenida Jurumirim, bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Esse processo recebeu o número 2585-72.2007.811.0042 e aguarda a marcação da data do julgamento. Não houve recurso contra a sentença de pronúncia. Dados encontrados no processo.

No dia 30 de julho de 2013, Aclides foi condenado às penas do artigo 121, §2º, inciso II do Código Penal, à 5 anos e 5 meses de reclusão, em regime fechado, pelo assassinato de Mário Cristo de Jesus, fato ocorrido no dia 25 de outubro de 2000, às 18h50min, no bairro Pedregal, em Cuiabá (processo n. 9561-03.2004.811.0042)

Aclides em dois momentos:
no dia de sua prisão e no dia de seu julgamento (de óculos)

DADOS DO PROCESSO DO MENINO MAU

01- Exec. Penal extraída da ação penal n. 002/03 do juízo da 1ª VC da Capital, pena de 08 anos e 08 meses de reclusão, em regime fechado, art. 121, § 2º inciso II e IV, c/c art. 14 inc. II do C.P., sendo o trânsito em 06/10/2003.

02- Exec. Penal extraída da ação penal n. 41/03 do juízo da 1ª VC da Capital, pena de 06 anos de reclusão e 01 mês de detenção, art. 121, "caput" do C.P., sendo o trânsito em 04/11/2003.

03- Guia de Execução Penal Provisória recebida da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá-MT, extraída do Processo Crime nº 2003/54, sendo o réu condenado por infração ao art. 121, § 2º, III do CP, a pena de 12 (doze) anos de reclusão, em regime fechado, sendo o trânsito para o MP em 10/11/2003. Vítima: Isael José de Moraes.

04-Guia de Execução Penal definitiva, recebida da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá/MT, extraída do Processo Crime n.º 68/2003, sendo o réu condenado por infração ao art. 121, § 2º, incisos I e III, do CP, a pena de 12 anos de reclusão, em regime fechado, cuja sentença transitou em julgado no dia 09/02/2005 para o MP e para a Defesa. Vitima: Elvis Correa da Conceição.

05- Guia de execução definitiva recebida da 7º Vara Criminal da Comarca de Cuiabá-MT, extraída do processo crime n.º 2001/111, sendo o réu condenado por infração do art. 157, § 2º, inciso I do CP, a pena de 08 anos e 03 meses de reclusão, em regime fechado, bem como ao pagamento de 30 dias-multa, cuja sentença transitou em julgado no dia 09/11/2005 para o MP e no dia 04/11/2005 para a Defesa. Vítima: Ailton Monteiro de Magalhães.

06- Condenado a 4 anos e 4 meses de reclusão em regime semi aberto e 1 ano de detenção, nas sanções do Art. 121, "Caput" c/c Art. 14, II do CP. Pelo Juiz prolator Dr. Adilson Polegato de Freitas, Proc. N. 016/02.

07- Guia de Execução Penal Definitiva recebida da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá-MT, extraída do Processo nº 2005/78, sendo o Réu condenado por infração do Art. 121, caput c/c Art. 14, inciso II, ambos do CP, a pena de 02 anos e 04 meses de reclusão, em regime fechado, cuja sentença transitou em julgado em 02/05/2007 para a MP, defesa e Réu.

08- Guia Definitiva da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá-MT, ref.processo nº 7/2009, infração do art. 121, § 2º, incisos I e IV, c/c art.121, § 2º, incisos I, III, IV e V, c/c art. 121, § 2º, incisos I, IV e V, c/c art. 121, § 2º, I, IV e V c/c art. 14, inciso II, c/c art. 71, § único, todos do CP, com as implicações da Lei nº 8.072/90, a pena de 48 anos de reclusão, em regime Fechado, sendo transitado em 27/03/2009-MP e 01/04/2009-Defesa. Chacina de Altos da Serra.

09- Guia de Execução da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá-MT,processo 8828-32.2007.811.0042, por infração do art. 121, §2º, inciso IV, c/c art. 65, inciso I e II, alinea "d" do CP, pena de 13 anos de reclusão. Regime inicialmente fechado. Transito em julgado MP. 25/02/2011. Defesa 02/03/2011. Vítima: Luciano Rodrigues de Magalhães.

Atualmente, é pastor da igreja Deus é Amor onde cumpre pena, segundo informações, na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.


Abaixo matéria de 2014 retirada do Diário de Cuiabá 

Edição nº 13817 09/02/2014 

“Menino Mau” vira um “cidadão de bem”

Condenado a 96 anos de prisão, Aclides Marcelo Gomes, um dos criminosos mais cruéis de MT atua há 9 como pastor no antigo Carumbé

ALECY ALVES
Da Reportagem


Aclides Marcelo Gomes, 35 anos, o “Menino Mau”, condenado a 96 anos de cadeia, se considera pronto para se reintegrar à sociedade e torna-se um “cidadão de bem”, depois de 13 anos atrás das grades. 

Há 9 anos atuando como pastor da igreja Deus é Amor dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá(CRC), antigo Carumbé, diz que sabe que extramuro muitas pessoas não o tinham, ou ainda não o tem, admite, como ser humano. 

Considerado um dos criminosos mais cruéis com registro na história mato-grossense, até os 21 anos Aclides, o “Menino Mau”, ordenou e participou diretamente de pelo menos 10 homicídios. Em um dos mais horripilantes, a “Chacina do Altos da Serra”, como ficou conhecido, quatro pessoas tiveram suas cabeças esmagadas com pauladas e recebem tiros. 

O motivo de tamanha violência? Uma das vítimas o havia denunciado à polícia, a outra ele não “ia com a cara”, enquanto duas morreram porque estavam no local. Uma quinta vítima fingiu-se de morta e sobreviveu. Essa chacina ocorreu na noite de 27 de março de 2001. 

Ele ficou conhecido como “Menino Mau” porque durante os homicídios destruía a face e a cabeça das vítimas. Chegou a matar porque, conforme confessou no Tribunal do Juri, desfizeram dele em uma boca de fumo. “Mandei um rapaz comprar maconha, eu só tinha R$ 2 reais, e não venderam porque não me conheciam”, relatou. 

“Errei, estou pagando pelo que fiz”, diz, durante entrevista a equipe do Diário, recordando que antes da prisão pela chacina já tinha 12 passagens na polícia por furto, roubo, uso e tráfico de drogas. 

No CRC, o “Pastor Aclides” (???) celebra culto todas as manhãs, com rápidas mensagens bíblicas para os que estão deixando as celas para trabalhar ou fazer cursos nas divisões internas da unidade prisional. 

Ele conta que lê muito, especialmente a bíblia, e que há 12 anos não faz uso de droga. Há quase 11 anos, também mudou sua maneira de se relacionar com as mulheres. Tornou-se monogâmico ou, “homem de uma única mulher”, como diz. 

Antes de ser condenado, aos 21 anos, relata, já era pai de seis, com quatro mulheres diferentes. “Teve época que eu tinha três mulheres ao mesmo tempo”, conta, com um leve sorriso. 

Desde 2003, quando se casou com uma mulher que conheceu no presídio, quando ela visitava um parente, Aclides diz está decidido a manter uma família tradicional e tentar contribuir com a educação dos filhos. Do casamento atual ele tem outros três filhos. 

Na prisão, ele frequentou o curso de Pintor de Construção, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT) para, segundo ele, aperfeiçoar os conhecimentos básicos que tinha de alguns poucos serviços executados antes se transformar no temido criminoso. E, quem sabe, exercer a atividade quando ganhar a liberdade. Aqui fora, diz, também atuou por um período como cabeleireiro. 

Pelas contas dele, quando somar 17 anos de prisão (incluindo quatro anos remidos pelo trabalho), poderá passar a cumprir a pena em regime semiaberto. Isso deve acontecer, calcula ele, no segundo semestre de 2015. 

Antes disso, porém Aclides ainda terá de retornar ao Tribunal do Juri. Ainda precisa sentar no banco dos réus por mais um homicídio. “Mas esse é simples”, observa, numa referência à maneira como matou. “Quando sair daqui quero servir a Deus, não sei se como pastor, mas quero servir a Deus”, conclui. 

Resumindo, pode matar à vontade, cometer atrocidades, tudo bem, afinal depois se converte a alguma religião e tá tudo certo hahahahaha. Deus perdoa afinal, deus é mais, sangue de jesus tem poder... e por aí vai ^^.

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