Douglas Baptista – "O Maníaco de Santos''
Investigadores de São Vicente (litoral de São Paulo) começaram a vasculhar os arquivos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), em São Paulo, em busca de casos de crianças desaparecidas cujos corpos tenham sido encontrados com pés e mãos amarrados.
Essa era a principal característica dos crimes atribuídos ao caminhoneiro Douglas Baptista, 52, acusado pelas mortes de oito crianças com idades de cinco a 12 anos, cometidos na Baixada Santista entre 1992 e 2003.
A polícia suspeita que Baptista possa ter sido o autor de outros homicídios, além dos oito que confessou –sete meninas e um menino. Desses, quatro cadáveres foram encontrados.
De acordo com a investigação, há dois hiatos no período de 11 anos em que os crimes ocorreram. Não há registros de casos em 1993 e entre 1998 e 2002, quando o caminhoneiro supostamente viveu fora de São Vicente –ele não revela o local. Em cada um dos outros anos do período, pelo menos uma criança foi morta da mesma forma.
O delegado Niêmer Nunes Júnior, que conduz a investigação, disse que a polícia gaúcha está colaborando no levantamento de eventuais novos casos, já que Baptista morou em Porto Alegre no início dos anos 90. Ele também investiga a possibilidade de o caminhoneiro ter residido no Vale do Paraíba, onde teria instalado uma linha telefônica em 2000. O último endereço dele era em Praia Grande (litoral paulista).
Conhecidos
Todas as crianças mortas moravam na vizinhança dos endereços em que Baptista residiu, na periferia de São Vicente. Em todos os casos, ele era conhecido das crianças e dos familiares delas. “Ele só seqüestrava crianças com quem tinha um relacionamento mínimo”, afirmou o delegado.
O caminhoneiro está preso desde dezembro, após as mortes de Najila de Jesus e Nathaly Jennifer Ribeiro, ambas de cinco anos.
Com os pés e mãos amarrados, os corpos das duas surgiram no rio Aguapeú, em Itanhaém (litoral sul). No dia seguinte, os policiais chegaram a Baptista porque uma testemunha identificou o carro usado no crime.
O caminhoneiro confessou os crimes, segundo a polícia, mas negou que os tivesse premeditado.
Trauma
Em depoimento à polícia, o caminhoneiro tentou atribuir seus crimes a um trauma de infância. Em seu depoimento, Baptista, que está na Penitenciária 1 de São Vicente após ser transferido depois que presos tentaram matá-lo, disse que, quando criança, foi jogado em uma piscina e, por isso, passou a sentir uma força incontrolável e prazer ao ver crianças morrendo afogadas.
Baptista disse ainda que atraía as crianças com a promessa de lhes dar doce ou de levá-las para andar de caminhão. Disse ainda que, caso não fique preso, poderá cometer novos crimes. Ele também confessou que não sentia nenhum tipo de remorso após matar as crianças, sempre da mesma forma: elas eram atiradas em rios, mangues ou no mar, amarradas ou não, e sempre com vida.
Entre as vítimas de Baptista está uma enteada, a estudante Vanessa Hilário Ferreira, 12. “Não dá para crer que, durante 11 anos, eu vivi ao lado do homem que matou a minha filha e, descaradamente, me ajudava a procurá-la por aí”, disse a doméstica Rejane Terezinha Hilário Ferreira, 46, que está separada de Baptista há cerca de oito anos.
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