terça-feira, 2 de junho de 2015

Laerte Patrocínio Orpinelli, o "Monstro de Rio Claro"




Laerte era o sétimo filho de uma família com oito crianças, nascidos em Araras, interior de São Paulo. Seu comportamento estranho, que teve início por volta dos 10 anos de idade, chamou a atenção de sua professora quando cursava o terceiro ano primário: falava pouco, brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar, o que o levou a abandonar os estudos. Nessa mesma época, ficou uma semana fora de casa, sem dar qualquer notícia e retornou ao lar como se nada tivesse acontecido. Para chamar a atenção da família, costumava bater latas no quintal, o que irritava sua mãe, Eliza. Para tentar contê-lo, passou a amarrá-lo com pedaços de trapos na beirada da cama ou ao pé da mesa.

Com 16 anos deu início a uma série de internações na Clínica Psiquiátrica Sayão, onde chegou a permanecer por cinco anos ininterruptos em tratamento. Às vezes fugia... O diretor da clínica – José Carlos Naitz-ke – afirma que a família o internava sob a alegação de problemas com alcoolismo. Para ele, Laerte não tinha uma doença mental e mantinha seu diagnóstico clínico em segredo.

Um dos sobrinhos – que não quis se identificar – três dos quatro irmãos são aposentados por alcoolismo, e o comportamento arredio de Laerte foi potencializado pela desunião da família... após casarem, os irmãos nunca mais passaram um Natal juntos.

Vez em quando, pedia para a mãe escrever cinco cartas para uma mesma pessoa... seu comportamento beirava o infantil. Certa vez, ao ver Laerte com um brinquedinho em casa, um sobrinho pediu para ver e ele respondeu: “Não! É meu!”. Apesar das dificuldades de relacionamento, Laerte teve uma namorada – Sidney Aparecida Martins, de 62 anos – que conheceu em 1983 e chegaram a viver juntos por dois anos e meio. Segundo ela, Laerte era agressivo; eles dormiam em quartos separados embora morassem na casa dela, no bairro Bela Vista, próximo ao Horto Florestal (local onde foram encontradas duas ossadas de crianças mortas por Laerte). Ela o descreve como “agitado, saía de manhã e só voltava à noite”. Nunca viu Laerte com dinheiro, sabia que ele tinha problemas com bebidas, mas não dos seus problemas psiquiátricos.

HISTÓRICO 

Laerte era um andarilho, durante muito tempo viveu de cidade em cidade nas regiões nortes de São Paulo onde fornecia serviços de engraxate de portas de bares ou estabelecimentos comerciais. Sempre descuidado em relação a seu aspecto, sujo e maltrapilho sem despertar suspeitas, simplório e de jeito rústico, aqueles que o conheciam nem imaginavam no que escondia por trás de tudo aquilo, possuía um caderno onde anotava as datas e as cidades por onde passava, mais tarde o mesmo caderno foi utilizado pela polícia para determinar a compatibilidade dos momentos dos crimes com o maníaco.

No início dos anos 90 a população de Rio Claro ainda se recuperava de uma série de crimes bárbaros cometidos contra crianças cuja autoria era de Francisco de Marco, vulgo Chico Vidraceiro outro criminoso acusado de matar 4 crianças nos anos anteriores, em virtude disso, a medida que as crianças desapareciam de Rio Claro tendo suas ossadas encontradas a maioria no Horto Florestal da cidade meses depois, a população de Rio Claro logo atribuía as mortes ao mesmo assassino que no entanto já se encontrava preso.

Com isso devido a ocorrência de crimes dessa natureza nessas regiões na época, ainda não se sabe a extensão dos mesmos praticados por Orpinelli, quando novas vítimas foram surgindo nos anos de 1996 e 1997 a cidade de Rio Claro passou a ficar em alerta o que gerou uma cautela maior no sentido de proteger as crianças da cidade. 




CRIMES

Orpinelli era cauteloso, enquanto trabalhava passando graxa nos trilhos das porta de ferro, observava atentamente a movimentação na cidade e procurava vítimas que costumavam brincar longe dos pais ou responsáveis. Ele utilizava do artificio da persuasão, se fazia amigo dos pais da possível vítima para convencê-la a segui-lo, caso essa não aceitasse ele ainda oferecia doces de um forma gentil e prometia mais guloseimas que se encontrava em sua casa guardados. Laerte então, dava carona a vítima em sua bicicleta vermelha e os guiava a morte certa, em lugares fechados e longe de testemunhas, de bosques à abrigos abandonados, mas sempre longe de locais com grande fluxo de pessoas. Pedia para que elas fizessem sexo oral nele, quando se recusavam, ele as espancam até a morte. "Fico nervoso quando não consigo fazer sexo. Aí, bato e esmurro" disse Orpinelli à polícia. Sempre com doces e guloseimas para atrair e conquistar a confiança de crianças, Orpinelli planejava tudo com antecedência. "Nunca tinha saído nada errado" disse o maníaco. Andava sempre com doces.




O perfil de suas vítimas era composto por crianças de ambos os sexos, classe média baixa e de faixa etária de 3 a 11 anos. As cidades por onde o maníaco passava eram próximas umas das outras. Seus ataques se concentravam em cinco cidades do norte de São Paulo.

Com a criança sob domínio de Orpinelli, não havia mais esperança, apenas gritos e pânico por parte da vítima. "Quem não se comportava eu matava no soco, mas se a criança obedecia eu só estrangulava" disse Orpinelli. Sua raiva o possuía, sem nenhuma empatia ele atacava a vítima desferindo golpes brutais, estuprava e torturava. Após muito sofrimento, as matava por meio de agressões físicas ou estrangulamento, também utilizava diversos objetos que estivessem próximos como por exemplo pedras. Os corpos de suas vítimas, normalmente, foram encontrados expostos ou parcialmente enterrados.

Quando foi preso Orpinelli afirmou ter bebido sangue de algumas vítimas já mortas e afirmou ser influenciado por um espirito maligno que o fazia a todo custo perseguir e matar crianças. Ao mesmo tempo, ele era inconsistente com as afirmações, atribuía também os delitos ao seu alcoolismo. Falava que ficava fora de si quando bebia. “Quando bebo incorporo o Satã, fico nervoso e sinto esse desejo. Sinto prazer em vê-las aterrorizadas.” Disse Orpinelli em entrevista à revista IstoÉ.


O engrachador de portas Laerte Orpinelli na delegacia de São Carlos


ALGUMAS VÍTIMAS 

Osmarina Pereira Barbosa 


Osmarina Pereira Barbosa, Marina como era conhecida, tinha 10 anos quando desapareceu, foi abordada por Orpinelli no dia 17 de janeiro de 1990 no bairro de Santa Maria em Rio Claro estava junto com seu primo José Fernando. Orpinelli a levou para um canavial onde ela foi estuprada e espancada até a morte, sua ossada foi encontrada em Setembro do mesmo ano. Orpinelli foi condenado a 15 anos de prisão em 2008 pelo assassinato de Marina Barbosa. 

José Fernando de Oliveira 


José Fernando de Oliveira tinha 9 anos na época em que foi morto junto com sua prima Osmarina, Orpinelli conta que matou primeiro Marina e em seguida espancou José Fernando até a morte, em interrogatório, Orpinelli afirmou que ele demorou mais para morrer do que a prima. Orpinelli foi condenado a 15 anos de prisão em 2008 pelo assassinato de José Fernando. 

Aline Cristina dos Santos Siqueira 


No dia 28 de Agosto de 1996, Aline Cristina dos Santos Siqueira desapareceu da cidade de Rio Claro, segundo relatos, foi vista pela última vez ao lado de um indivíduo montado em uma bicicleta, Orpinelli confessou que raptou e matou a menina, embora o corpo dela nunca foi encontrado. 

"Aline chorou. Conversei com ela, mas não adiantou" disse em depoimento à polícia.

Edson Silva de Carvalho 


Em 26 de Maio de 1998, Edson Silva de Carvalho na época com 11 anos, desapareceu da cidade de Monte Alto interior paulista, tendo seu corpo encontrado em uma casa abandonada já em avançado estado de decomposição, foi a primeira vítima de Orpinelli fora da cidade de Rio Claro que até o momento era a única cidade onde ele realizava os crimes, segundo o próprio Orpinelli, na tentativa de abusar sexualmente de Edson, esse gritou em desespero, desencadeando a raiva do criminoso que em um acesso de fúria, bateu a cabeça da criança contra a parede causando sua morte instantaneamente. Por esse crime Laerte foi condenado em 2001 a 18 anos de prisão. 

“Quando o menino começou a gritar, eu bati com a cabeça dele na parede. Morreu na hora”

Crislaine dos Santos Barbosa 

A vítima mais nova até o momento, Crislaine dos Santos Barbosa tinha apenas 3 anos de idade quando foi raptada em Pirassununga cidade do interior de São Paulo, além disso o crime teve outro diferencial que foi o fato do criminoso ter adentrado na casa da vítima para raptá-la (já que sempre abordava as suas vítimas na rua). Em interrogatório Orpinelli conta que na noite do dia 25 de Abril de 1999, ele seguiu a mãe da menina até a casa dela sem no entanto ser notado, esperou o momento oportuno, sabia que Nair, mãe de Crislaine logo sairia de casa, a mãe da criança a deixara dormindo no sofá da sala e saiu posteriormente deixando a porta encostada, quando retornou algum tempo depois a menina já havia desaparecido do local, nos meses seguintes ao desaparecimento foi encontrada uma ossada compatível com a criança em um canavial nos fundos de um motel. Por esse crime confesso Laerte foi condenado em 2001 a 16 anos de prisão pela justiça de Pirassununga.
"Eu não estuprei ela. Eu só matei com murros na cabeça e no rosto e quebrei os dentes. Saiu sangue do nariz e da boca. Eu não quis passar a mão nela", contou ele à polícia.

Jéssica Alves Martins 


Jéssica Alves Martins, na época com 9 anos foi raptada por Orpinelli na cidade de Franca interior de São Paulo em 21 de Novembro de 1999, após ter praticado o estupro, Orpinelli estrangulou a criança tendo o corpo da vítima sido encontrado dois dias depois. Julgado em 2001 por mais esse crime, Orpinelli foi condenado a 27 anos de prisão pela justiça de Franca. 

Anderson Jonas da Silva,
6 anos




“No sábado ensolarado de 30 de novembro de 1997, o vendedor de cobertores Romilto da Silva, 34, decidiu dar uma paradinha rápida no bar próximo a sua casa, no bairro de Santana, em Rio Claro, 175 quilômetros de São Paulo, com o filho do meio, Anderson Jonas da Silva, 6 anos. Entre um gole e outro de cerveja, começou a conversar com um sujeito gordo, com barba mal feita, cabelos sujos e sem corte. Aquele senhor, mal tratado, com uma aparência de dar medo, passava graxa no trilho da porta do bar. Enquanto via seu pai conversando com o "tio" que trabalhava, Anderson brincava descontraidamente nos arredores do bar. "Tomamos até cerveja juntos, enquanto o menino comia uma porção de filé", lembra Romilto. Uma semana depois, no sábado 7 de dezembro, aquele senhor com graxa nas mãos se aproximou do menino, quando percebeu que o pai, Romilto, estava enchendo o tanque de seu carro, no posto localizado a 300 metros de distância da casa. "Quer uma balinha?", perguntou a Anderson, que aceitou de pronto. Afinal, o velho não era um desconhecido, pois já havia conversado com o pai dias antes. Em seguida, convidou o garoto para dar uma volta em sua bicicleta. Anderson nunca mais voltou para casa.”

Mesmo fim trágico tiveram Daniela Regina de Oliveira Jorge, 5 anos; Alyson Maurício Nicolau Cristo, 6 anos; e Anderson Jonas da Silva, 6 anos.


FOTOS DE ALGUMAS DAS VÍTIMAS DO ASSASSINO E DE OUTRAS CRIANÇAS QUE ELE É SUSPEITO DE TER MATADO.

Aline dos Santos

Alysson Mauricio

Anderson da Silva

Aston Alisson da Silva

Daniela Regina de Oliveira

Edson Carvalho



Jéssica Alves da Silva

José Fernando


Mara Lucia Vieira

Osmarina

Renata Cristina da Silva

Renata Helena Lobrigati Campos


INVESTIGAÇÃO 

Foi necessário muito tempo para a identificação do criminoso, uma vez que os crimes relacionados a menores cresciam cada vez mais e não se sabia o motivo e principalmente o autor por detrás de todas as mortes. Entretanto, em Dezembro de 1998 em Rio Claro, a polícia recebeu uma denúncia acerca de um indivíduo que havia sido visto agarrando duas menores, após deterem o suspeito esse foi liberado abrindo-se apenas um boletim de ocorrência. 

Embora o caso parecesse ter se encerrado ali, a delegada Sueli Isler que atuava em outro departamento, se interessou pelo caso e com base nas informações prestadas pelo suspeito no momento em que foi detido, foi até o local indicado na ficha como a sua moradia e a partir daí teve acesso a informações importantes que tempos depois garantiram um ponto inicial na busca pelo assassino das crianças até então desconhecido.

No entanto, só em 1999 quando teve a permissão para se dedicar ao caso que até o momento era de competência de outro delegado especialista, a delegada Sueli começou a relatar as informações obtidas pelos familiares e divulgou um nome e retrato falado para outras delegacias regionais acerca do suspeito Laerte Patrocínio Orpinelli, logo os jornais e outros meios de comunicação também transmitiam informações acerca do criminoso. 







Prisão 

Na noite de 10 de Janeiro de 2000, Orpinelli encontrava-se na cidade de Itu procurou um lugar para passar a noite, e escolheu o Albergue Noturno de Itu, local onde se hospedam os moradores de rua e indigentes, registrou sua estadia e ficou lá durante 3 noites, seguiu viagem para o município de Leme que também fica próximo das cidades onde aconteceram os crimes, onde foi preso em um posto de gasolina em uma operação realizada pela Polícia Militar. Orpinelli foi a júri em 2001 e em 2008 sendo condenado em penas cumuladas nas cidades onde ocorreram os crimes. 






Entrevista a Isto é independente:

Laerte conversou com ISTOÉ duas vezes. Na primeira, mostrou seu lado pouco tolerante, irritadiço e encerrou a entrevista quase aos berros. Na segunda, parecia outra pessoa. Mostrou-se risonho, gentil. Chegou a pedir uma camisa nova e alguns "salgadinhos".

ISTOÉ - Por que matar crianças?
Laerte - Eu gosto de ver o corpinho delas. Gosto da beleza que elas têm.

ISTOÉ - O que te atrai nelas?
Laerte - Gosto de um jeito diferente.

ISTOÉ - Sexual?
Laerte - É.

ISTOÉ - Por que decide seduzi-las?
Laerte - Quando bebo incorporo o Satã, fico nervoso e sinto esse desejo. Sinto prazer em vê-las aterrorizadas.

ISTOÉ - E como você as escolhe?
Laerte - É depois de beber. Começa a sessão de violência. Eu vejo crianças e me dá vontade de fazer desordens.

ISTOÉ - Há quanto tempo você começou a matar?
Laerte - Há uns cinco ou seis anos.

ISTOÉ - E você matou adulto também? Mulheres?
Laerte - (Ri) Não. Nunca. Só crianças.

ISTOÉ - Quantas crianças você calcula ter matado?
Laerte - Umas 15 no total.

ISTOÉ - Você não achava que um dia poderia ser pego?
Laerte - Sabia que um dia ou outro a polícia ia me pegar, mas não me preocupava.

ISTOÉ - Você está arrependido?
Laerte - Estou. Quero me tratar.

Julgamento

Aproximadamente 80 pessoas assistiram no salão do Júri do Fórum de Rio Claro numa quinta-feira, 16, o inicio do julgamento do andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, 56 anos, acusado de matar os primos José Fernando de Oliveira, de 9 anos, e Osmarina Barbosa, de 10, mortos em 1990. Preso em 2000, Orpinelli ficou conhecido na época como o "monstro de Rio Claro". Acusado pela morte de seis crianças em Rio Claro e de outras três na região, ele cumpre pena em Serra Azul. 

Orpinelli foi condenado a 18 anos e 8 meses pela morte de Edison da Silva Carvalho de 11 anos, em Monte Alto; a 16 anos pela morte de Crislaine Barbosa, de 4 anos, em 1999, em Pirassununga; e a 27 anos e 4 meses pela morte de Jéssica Alves Martins, de 9 anos, em 1999, em Franca.

O réu chegou ao fórum, que fica no centro de Rio Claro, às 9 horas. Cabisbaixo, foi levado à presença de seu advogado, Carlos Benedito Pereira da Silva, que afirmou à imprensa que apresentará provas de que seu cliente foi coagido pela polícia a confessar os crimes. "As confissões foram moldadas conforme a polícia queria", afirmou. A defesa não apresentará testemunhas.

Orpinelli já foi impronunciado (isto é, não foi levado a júri popular) em dois processos e outros dois processos foram arquivados. O promotor José Maria Gomes apresentou uma testemunha. A mãe de José Fernando, Maria Lucia de Oliveira, de 50 anos, disse que aguarda pela justiça. "Esperei muito por esse dia", desabafou.




Morre o Maníaco da Bicicleta



Laerte Patrocínio Orpinelli estava preso na penitenciária de Iaras e com 60 anos já havia cumprido 13 de 100 anos de sua pena provenientes dos seus crimes no início da década de 90. Ele tinha sofria de diabetes e hipertensão. Em 31 de dezembro, o detento foi encaminhado ao Pronto-Socorro de Avaré (SP) para cuidar de uma ferida na pele. Ele foi liberado no mesmo dia e continuou o tratamento, com curativos, na enfermaria da penitenciária.

O comunicado sobre a morte de Laerte Patrocínio Orpinelli emitido pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) dizia:

"Informamos que Laerte Patrocínio Orpinelli deu entrada na Penitenciária de Iaras em 07 de dezembro de 2012 já apresentando diabetes (insulino dependente), hipertensão arterial e úlceras venosas infectadas em tornozelos. Ele foi imediatamente assistido pela equipe médica e de enfermagem, fazendo uso uso contínuo da medicação prescrita. Em 31 de dezembro do mesmo ano, Laerte foi encaminhado ao Pronto Socorro da cidade de Avaré para a realização de debridamento das ulcerações (procedimento médico de remoção do tecido desvitalizado presente em ferida). Retornou na mesma data e permaneceu no setor de Enfermaria para ser melhor assistido e continuar a ser medicado, bem como serem feitos os curativos necessários. No dia 3 de janeiro de 2013, por volta das 5h30 da manhã, ao fazer a contagem de praxe do referido setor, o servidor responsável não obteve resposta do sentenciado, que aparentemente não apresentava sinais vitais e que não havia solicitado atendimento. A direção da Penitenciária de Iaras aguarda o recebimento da cópia do laudo necroscópico para juntá-lo ao processo de Apuração Preliminar em curso. A Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciária está apurando as circunstâncias do fato. O Meritíssimo Juiz da Vara de Execuções Criminais responsável, assim como os familiares do reeducando, também foram informados do ocorrido".

Orpinelli foi enterrado ainda na manhã de 3 de janeiro, no Cemitério Municipal de Araras (SP), onde nasceu.

Era o fim para o “monstro de Rio Claro”, aquele homem maltrapilho, sujo, mas com fala cativante que conquistava crianças e adultos. Um assassino violento, sem nenhuma empatia, que se escondia por trás da sua aparência degradante. Apesar de ser diabético, andava sempre com doces, mas não era para si próprio e sim para suas vítimas. 




Livro

Repórter policial lança livro sobre o assassino serial LAERTE ORPINELLI

Carlota passou anos seguindo a trilha do assassino e reconstituiu os crimes em um livro denso e assustador, repleto de detalhes chocantes

O escritor e jornalista, o ituano Reginaldo Carlota, 36, perdeu há muito tempo a conta de quantas pessoas mortas das mais piores formas, já fotografou em seus anos de repórter policial. Porém, nenhum dos casos em que trabalhou até hoje, conseguiu abalá-lo tanto, quanto os brutais assassinatos de duas garotinhas de 9 e 10 anos, ocorridos em Itu, no ano de 1984, quando o autor ainda era uma criança, da mesma idade das vítimas.

Foi a obsessão por esses dois casos, nunca esclarecidos pela polícia, que levaram o autor a escrever o livro “O Matador de Crianças”, que está lançando agora.

Fundamentado em rigorosa pesquisa e numa investigação obsessiva, conduzida pelo próprio repórter, o livro é um documentário chocante, brutal e aterrador, sobre o serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli e seus crimes macabros.

Entre as décadas de 70 e 90, Orpinelli, que vivia como andarilho, perambulou por dezenas de cidades do interior de São Paulo e em sua trajetória, estuprou e matou com requintes de crueldade, um número ainda não contabilizado de crianças.

“Quando bebo incorporo Satã e quando estou tomado por ele, não posso ver uma criança que persigo até matar”, revelou o assassino com frieza logo após sua prisão, em janeiro de 2000, na cidade de Rio Claro.

Segundo Carlota, Orpinelli é o responsável pelos dois assassinatos de crianças ocorridos em Itu nos anos 80. Os crimes nunca foram solucionados pela polícia local, de acordo com o repórter. Em seu livro, o autor reconstitui em detalhes os dois assassinatos e dezenas de outros crimes semelhantes, praticado por Orpinelli.

Nascido e criado em Araras, o maníaco foi condenado por assassinatos de crianças ocorridos em Rio Claro, Franca, Monte Alto e Pirassununga, e ainda é o principal suspeito de desaparecimentos e mortes de crianças em São Carlos, Bauru, Caçapava, Jacareí, Ourinhos e várias outras cidades do interior paulista. 

Durante vários anos, Carlota seguiu de maneira obsessiva a trilha de sangue deixada pelo andarilho sinistro e foi refazendo toda a rota de seus crimes.

A obsessão do autor pelo criminoso era tanta que ele perambulou durante meses por diversas cidades do interior de São Paulo, pegando carona nas mesmas rodovias que o assassino pegava, atrás de informações sobre ele. O autor também ia pessoalmente até os locais onde o maníaco havia matado suas vítimas, frequentava os mesmos bares que ele havia frequentado, conversava com as mesmas pessoas que ele havia conversado, ouviu depoimentos de familiares e conhecidos das vítimas e pesquisou centenas de páginas de jornais e inquéritos policiais sobre os assassinatos. Carlota também entrevistou três delegados envolvidos nos casos e chegou ao extremo de pernoitar durante semanas nos mesmos albergues noturnos que o andarilho dormia, tudo para saber o máximo que podia sobre o serial killer e escrever seu livro reportagem.

“Eu tive que mergulhar no mundo do Orpinelli, entrar na cabeça dele, só assim consegui traçar o seu perfil psicológico e compreender sua lógica perversa e doentia”, revelou o autor.

O Livro O Matador de Crianças custa R$ 29,90 e está sendo vendido para todo o Brasil pelo próprio autor, através de seu blog www.carlotacriminal.blogspot.com.

Obra é destaque no Brasil e no Exterior

Lançado de forma independente pelo próprio autor em setembro do ano passado, o livro teve a primeira tiragem esgotada em menos de uma semana. A obra também já foi destaque em mais de 40 jornais do interior brasileiro, teve manchetes em dezenas de sites e algumas revistas. Graças ao lançamento do livro, Carlota também foi convidado para participar de um programa policial sobre assassinos seriais, produzido por uma rede de TV internacional.





Vídeos


Instinto Assassino – a história do Monstro de Rio Claro

Reportagem sobre Laerte e algumas de suas confissões





































Fonte: 
ourinhos noticias
evidencia criminal
face obscura
memórias assombradas
literatura campineira

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