Juvenira Moraes de Oliveira, 36 anos, trabalhava como cozinheira na boate Talismã, em Videira, Santa Catarina. Despareceu misteriosamente em 1999. Segundo irmã Marilda, a viu pela última vez em uma quarta-feira, por volta das 19h, ao sair para o trabalho: “Ela deixou a bolsa em casa e nunca mais deu notícias”.
Erci Maria Mendes, a “Lebrinha” de 37 anos, operária, foi vista pela última vez na garupa da motocicleta de um homem conhecido como “Nórdio”, após terem participado de um comício na cidade de Salto Veloso, no ano 2000. Nunca mais foi vista.
Na tarde do dia 5 de outubro de 2000, foi encontrada a perna esquerda e o tronco de Erci, no rio Veloso, divisa entre os municípios de Salto Veloso e Arroio Trinta. Erci foi morta a tiros no dia 24 de setembro... depois teve suas pernas, braços e cabeça cortados com um serrote.
No dia 4 de outubro de 2000, a polícia prendeu Irineu Carlos Nórdio, um vendedor de bilhetes de 27 anos, pelo assassinato com 3 tiros e várias pedradas na noite anterior (dia 3/10/2000) do fiscal Valderes Amarante Xavier, de 23 anos.
Valderes estava na companhia de sua namorada, Maristela, em um carro às margens da SC-303, em Videira, quando foi assassinado. Depois do crime, Irineu obrigou Maristela a montar na garupa de sua moto, somente de calcinha, e a levou à cidade de Arroio Trinta, trancando-a em sua casa sob os cuidados de seu irmão, o menor A.E.N., 17 anos, e um amigo, João Paulo Getassi, de 19 anos.
Após intensas investigações, Irineu, seu irmão menor e Getassi foram presos e o primeiro acabou confessando os crimes contra Juvenira e Erci:
→ Juvenira foi atraída por Irineu até sua casa, onde a matou por asfixia. Depois, percorreu um carreiro, por aproximadamente 300 metros, com a vítima nas costas até chegar à beira do rio Santo Antônio, que passa ao lado de sua casa. O corpo foi estendido em uma grande pedra e banhado com combustível, para ser queimado.
Na manhã seguinte, Irineu voltou ao local e passou a picar o cadáver, lançando suas partes no rio para que ninguém descobrisse o crime. As marcas das machadadas que desferiu ainda estavam presentes na pedra. Em seu depoimento, ele chegou até a repetir os gestos que fazia ao esquartejar sua primeira vítima.
→ Erci também fora levada para sua casa e asfixiada. Carregada nas costas, por volta das 2 da manhã, até a pedra ao lado do riacho, ela teve a cabeça, braços e pernas cortados por um serrote e jogados no rio.
Irineu não soube explicar por que cortava suas vítimas e nem o que o motivou a praticar os crimes. Costumava banhar-se nu no local do esquartejamento e também lavava roupas ali. Passava horas a fio naquele lugar, quase desconhecido das pessoas que moram nas proximidades.
PERFIL
Irineu era um pacato cidadão que vendia bilhetes pelas ruas de Videira, em Santa Catarina. Quem vê a pequena casa ao lado da rodovia Waldemar Kleinubing, no sentido Arroio Trinta-Salto Veloso, nunca imaginaria que lá Irineu levou 2 mulheres e as matou por asfixia.
Antes a residência abrigava uma família normal mas, devido as ameaças de Irineu, seus pais e seus irmãos abandonaram o local e foram morar em outras cidades ou casas de parentes – era exatamente o que ele queria: privacidade para abater suas vítimas.
O pequeno cartaz de novena colocado no vidro da porta de entrada da casa contrasta com as milhares de revistas pornográficas que a polícia encontrou, juntamente com fitas e utensílios eróticos. No interior da residência havia poucos móveis – hoje em dia, a população tem medo de passar perto da casa.
DADOS PROCESSUAIS
Quanto aos crimes que o tornaram conhecido como o “Maníaco do Serrote”, não encontramos mais dados no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina... apenas pela mídia.
Segundo informações, em agosto de 2002, Irineu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato de Juvenira, mas passaria por tratamento psiquiátrico no Manicômio Judiciário de Florianópolis. Sua apelação foi denegada pelo TJSC: http://sdrv.ms/1dxiBrb.
Nessa altura, já tinha sido condenado à 29 anos e 4 meses de prisão pelos assassinatos de Ecir e Valderes. Ainda pelo crime cometido em face de Valderes, Irineu foi condenado à 18 anos e 5 meses de reclusão por latrocínio e cárcere privado, conforme descrito em Apelação Criminal interposta por ele: http://sdrv.ms/1dxiwUt.
No dia 11 de agosto de 2002, Irineu cometeu mais um crime: matou seu colega de cela, Nelson Ferreira de Araújo, de 46 anos, também homicida, desferindo inúmeros golpes nas regiões cervical, torácica e abdominal e, como a vítima “insistia” em permanecer vivo, efetuou cinco perfurações no olho e pálpebras esquerdo e oito perfurações no olho e pálpebras direito, bem como nas regiões auriculares, totalizando 165 estocadas... no dia seguinte, no período da manhã, movido pela intenção de menosprezar o cadáver da já dilacerada vítima, cortou a ponta de sua língua e jogou-a no vaso sanitário, conforme descrito em sentença de pronúncia do dia 19 de dezembro de 2003. Em 27 de julho de 2004 foi sentenciado a 13 anos e 4 meses de reclusão e 2 anos de detenção por este crime.
Link para a sentença de pronúncia: http://sdrv.ms/13gCzQP.
Link para a sentença: http://sdrv.ms/1dxiJXx.
Em janeiro deste ano (2013) ele teve seu pedido de progressão de regime negado, pois, apesar de já ter cumprido mais de 1/6 da pena, não reúne condições psicológicas e sócio-afetivas para readaptar-se ao meio social... segue, portanto, cumprindo sua pena no Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, na capital de Santa Catarina.
Fonte:
A Notícia, de Florianópolis – Lebon Régis Online
JusBrasil – Tribunal de Justiça de Santa Catarina
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