sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sérgio Antônio Baptistella “O Maníaco do Raio X”





Porto Alegre, RS – O radiologista Sérgio Antônio Baptistella, autor do assassinato da médica gaúcha Marilise Reis Dotto e suspeito da morte de outros dois colegas de profissão, no Rio, foi classificado por seu advogado, Luís Sérgio Vasques Miotti, como um "maníaco depressivo". Baptistella fazia psicanálise "há mais de 20 anos". 

Baptistella está preso na cadeia municipal de São Gabriel, desde junho de 1998, quando foi preso em flagrante logo depois de matar Marilise com dois tiros. 
Além de confessar os assassinatos de José Luiz Madrid e Rosa Maria Pesce e a tentativa de matar Paulo Roberto Vicente de Carvalho (ele já tinha confessado a morte de Marilise Reis Dotto), a polícia revelou que tem provas de que Baptistella matou seu sócio Amaro José França de Oliveira e tentou matar a esposa dele, Alzira Pereira de Melo, e também já tentou matar o diretor do Hospital da Posse, João Ricardo Piloto.

As motivações para os crimes foram diferentes. Madrid teria sido eliminado por haver ocupado o posto de Baptistella no hospital. E Rose, por não aceitar propostas amorosas do colega. O mesmo motivo, segundo o próprio autor, levou-o a matar a pediatra gaúcha Marilise. 

Sobre o criminoso, que é gaúcho e, depois de formado, transferiu-se para o interior fluminense, pesam mais suspeitas. Ele teria baleado, com quatro tiros, José Ricardo Piloto, diretor do Hospital da Posse. Piloto foi quem afastou Baptistella da chefia do Serviço Radiológico, nomeando Madrid para o seu lugar. O episódio ocorreu no dia 15 de agosto do ano passado.

O acusado negou responsabilidade pelo atentado. Mas teria admitido uma tentativa de homicídio contra Paulo Roberto de Carvalho, dono da Clínica São Jerônimo, no bairro de Jacarepaguá. A exemplo de Piloto, Carvalho dispensou os serviços de Baptistella, que teria decidido pela represália. Suspeita-se que ele também esteja implicado na morte, ocorrida em 1996, do técnico em radiologia e seu ex-sócio, Amaro França de Oliveira. 

O médico, de 46 anos, matou Marilise, de 43 anos, sua colega de turma, no dia 19 de junho, em São Gabriel, cidade da campanha gaúcha. Marilise chegava em casa, na Rua Edenglar Melo da Costa, quando Baptistella desferiu-lhe dois tiros de pistola. Atingida na cabeça, Marilise foi socorrida, mas morreu horas depois.

Capturado durante a fuga na BR-290, imediações da cidade de Caçapava do Sul, o assassino portava duas pistolas. Remetidas para o Rio e submetidas ao exame de balística, as armas ajudaram a incriminar Baptistella nos demais delitos.

Hábitos estranhos

Baptistella era uma pessoa de comportamento anti-social e de hábitos estranhos, na definição de vizinhos e funcionários do prédio de onde morava, há quatro anos, na Rua Carlos de Vasconcelos, na Tijuca, Rio de Janeiro. Sérgio vivia sozinho e costumava ser alvo de reclamações dos vizinhos de andar, por causa do mau cheiro que exalava de seu apartamento. Há dois anos, quando tinha dois cachorros, o radiologista se ausentou por alguns dias. Um odor forte, então, chegou aos andares próximos. Quando Sérgio voltou ao prédio, foi descoberta a razão: um de seus cachorros morrera de fome.

No imóvel, foram encontrados ainda duas armas, livros de propaganda nazista e revistas de aviões de guerra. 


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