quarta-feira, 4 de março de 2015

SERIAL KILLER






Definição

A palavra “Serial Killer” advém da Inglaterra, e se define por ser a caracterização de uma pessoa que mata três ou mais indivíduos em determinados períodos de tempo com intervalos de calmaria, ou seja, assassinatos em série que geralmente são executados da mesma forma (modus operandi).



Não é possível atribuir características universais, inerentes a todos os serial killers. Existem dois tipos de assassinos em série: os que matam no ato (instantaneamente, onde se dividem em visionários e missionários) e os que matam no processo (vagarosamente, que são os hedonistas, os que buscam poder, e os que objetivam prazer sexual).

Existem duas formas de serial killer, os organizados e os desorganizados. A primeira engloba o assassino com características de ser socialmente adequado, ter figura paterna estável, ter passado por grande abuso físico na família, estar sempre atualizado com notícias, possuir grande interesse pelo estudo, boa higiene, gostar da polícia, usar a sedução para dominar as vítimas e realizar conversas com as mesmas, apresentar controle sobre a cena do crime, matar e deixar o corpo em lugares distintos, possuir costumes diurnos, deixar poucas provas físicas, dentre outras. Ou seja, como o próprio nome diz, é um serial killer extremamente organizado. Já os assassinos em série desorganizados diferem do organizado, pois são adeptos de características opostas.

O serial killer aparenta ser uma pessoa normal em relação ao meio social, onde escolhe vítimas com algo em comum (religião, visão política, etnia etc.), ou seja, não escolhe de forma aleatória. O assassino geralmente não utiliza arma de fogo, fazendo da morte da vítima um verdadeiro culto. O serial killer diverge de outra classe de assassino, o assassino em massa. Este mata várias pessoas em uma só situação, já o serial killer não, executa em determinados períodos de tempo, com certa frequência, contado com intervalos de calmaria.

Analisando psicologicamente, o serial killer não possui sentimento de culpa, arrependimento, tristeza, compaixão, ou medo, dessa forma, são insensíveis. Apresenta frieza em executar seus crimes, sendo calculista, mentiroso, manipulador, impulsivo, e a maioria utiliza da violência para obter o “sucesso” da empreitada.

O serial killer está inserido em um dos níveis de psicopatia, o mais alto definido, grave. Em relação à psicopatia, transtorno de personalidade do qual o serial killer faz parte, não se tem conhecimento de cura.


Histórico

Diversos estudiosos reconhecem como sendo o primeiro serial killer da história Jack, o Estripador, que aterrorizou Londres no século XIX, porém erram cerca de dois milênios.

Jack o Estripador 
Efetivamente, o primeiro caso registrado como assassinato em série foi em Roma, durante o primeiro século d.C., sendo Locusta, a Envenenadora, a primeira serial killer documentada.

Locusta

Aproximadamente quatrocentos anos depois, no Iêmen, Zu Shenatir seduzia garotos para a sua casa em troca de dinheiro e comida, sujeitava-os à sodomia; depois, atirava-os da janela.
Há também, na história, o conhecimento de realizações de cultos de assassinos, como na Pérsia, no século XI, com aproximadamente doze mil membros assassinados. No início do século XIII, havia uma seita, na índia, denominada como thag – em hindu “impostor” – sendo seus membros denominados thugs também conhecidos como phansigars, em hindu “laço”, isso porque eles preferiam estrangular as vítimas com um lenço usado na cintura por todos os membros da seita. Faziam parte de seus rituais homicídios ocasionais, elementos masoquistas, segundo os quais os devotos eram vítimas de flagelação e mutilação por seus sacerdotes, ou eram suspensos no alto com ganchos em sua carne. Durante seis séculos de caça, os thugs devem ter assassinato milhões de vítimas.
Na Europa, os serial killers surgiam principalmente na classe dos nobres e camponeses. Gilles De Rais, confidente de Joana D’Arc, em 1440, foi executado por matar mais de cem crianças em rituais de magia e sexo. Margaret Davey, cozinheira inglesa, em 1542, foi fervida viva por envenenar, sem motivo, vários empregados.

Gilles De Rais
Entre os anos de 1573 e 1590, pelo menos cinco canibais foram acusados como “lobisomens”, na França e Alemanha.
Em 1611, Erzsebet Bathory, condessa húngara, foi condenada por prática de tortura, tendo como vítimas mulheres jovens, que eram torturadas até a morte para o divertimento da condessa. Marie de Brinvilliers, executada em 1676 por envenenar inválidos, amigos e parentes. Na França, quatro anos depois, houve o caso da “chambre ardente”, que envolviam uma feiticeira, a amante do rei e um velho padre, que mataram diversas crianças em rituais.

Erzsebet Bathory
Os assassinatos em série continuaram na Europa até o século XIX, com a alemã Gessina Gottfried, condenada à decapitação pelo envenenamento de vinte pessoas.

Gessina Gottfried

Swiatek, um pedinte austríaco, em 1850, alimentou sua família com cerca de seis crianças assassinadas. Joseph Philips matou prostitutas francesas na década de 1860, e vinte anos depois, foi à vez de Jack, o Estripador. 

Amélia Dyer, dona de uma creche inglesa, em 1896, foi condenada pela morte de cerca de quinze crianças.

Amélia Dyer

No ano seguinte, o Joseph Vacher, um necrófilo francês que foi executado por matar quatorze pessoas por três anos.

Joseph Vacher
Os irmãos Harpe, nos Estados Unidos na década de 1790, estriparam várias vítimas, depois colocavam pedras dentro dos corpos e jogavam nos lagos e rios.

Irmãos Harpe
Dentre os anos de 1875-1876, em Boston, houve dois casos de assassinato em série que marcaram, como Thomas Piper, sacristão da igreja, que matou três mulheres e o caso de Jessé, uma adolescente que foi condenada à prisão perpétua por torturar e assassinar crianças.
Em 1880, Jane Toppan, uma enfermeira da Nova Inglaterra, deu início ao envenenamento de vários pacientes.

Jane Toppan
Já no século X, a mídia teve como principais manchetes assassinatos cometidos por serial killers. Leonard Nelson, na década de 1920, estuprou e assassinou locatárias.

Leonard Nelson

Na década de 1930, o auge foi o Carniceiro Louco de Cleveland, que dissecou dezesseis pessoas com tanta engenhosidade que dez cabeças nunca foram achadas.
Melvin Rees, conhecido como a “Besta do Sexo”, aterrorizou a nação em 1960, com a prática de terríveis homicídios.
O percentual de assassinos e vítimas vem aumentando drasticamente.
A polícia americana registrou, entre os anos de 1900 e 1959, uma média de dois assassinatos em série por ano no país. Já em 1969, registraram-se pelo menos seis casos por ano. Esse número triplicou na década de 70.
Entre 1985 a 1990, a taxa de assassinatos cometidos por serial killer manteve-se estável, numa média de três ao mês.
De fato, nota-se que assassinatos em série não são novidade. O estudo a respeito que é novo, porém esse tipo de crime é muito antigo, sendo Locusta a primeira serial killer documentada, que viveu no primeiro século d.C.
O grande desafio das autoridades é o de aprofundar-se no assunto, a fim de que possam lidar adequadamente com esses crimes e criminosos que são cada vez mais freqüentes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário