sexta-feira, 6 de maio de 2016

Edward Theodore Gein - "Ed Gein"




HISTÓRIA

Edward Theodore Gein nasceu em 27 de agosto de 1906, em La Crosse, Wisconsin. Filho de Augusta e George Gein, Eddie era o segundo de dois filhos, o primeiro foi Henry, nascido sete anos antes de Eddie.

Augusta era uma fanática religiosa e estava determinada a doutrinar os filhos custe o que custar, fazendo-os viver sob um rígido código de conduta moral. As pregações da bíblia eram ministradas por Augusta diariamente, em seções onde ela alertava os meninos a respeito dos pecadores do mundo e do destino reservado a esse tipo de gente. As crianças eram desestimuladas a se aproximar de mulheres, pois, segundo ela, a maioria das mulheres eram o berço da imoralidade e um atalho para o inferno. As crianças cresceram ouvindo relatos de como o sexo poderia levar suas almas para o inferno.
O pai dos garotos, George, era uma alcoólatra crônico e não tinha nenhuma influência na criação dos meninos. O mesmo era muitas vezes desprezado e humilhado pelas pregações morais da esposa, que afirmava que ele não teria valor algum como provedor e como imagem paterna adequada para Henry e Eddie.

Augusta era dominadora, difícil e acreditava que seu ponto de vista era absolutamente verdadeiro. Ela tomou para si a responsabilidade de cuidar dos filhos da maneira que quisesse e também de promover o sustento da família. Eddie tinha um imenso medo de ficar igual ao pai.

Augusta tinha aberto uma mercearia em La Crosse, no ano em que Eddie nasceu. O negócio rendeu bons frutos e a família pode juntar um bom dinheiro e viver de forma confortável. O dinheiro do trabalho duro fez com que Augusta realizasse seu maior plano: mudar toda a família para uma área mais rural, protegendo, assim, seus filhos das imoralidades pecaminosas da cidade grande. Em 1914, os Geins se mudaram para Plainfield, Wisconsin para uma fazenda de aproximadamente 40 hectares de terra. Os vizinhos mais próximos estavam a quase um quilômetro de distância, assim, Augusta acreditava poder impedir os filhos de ter contato com os “pecadores”.

Propriedade de Gein

Propriedade de Gein

Propriedade de Gein

Propriedade de Gein

Propriedade de Gein

Propriedade de Gein

A escola era vista como um grande problema para os planos da desequilibrada Augusta, afinal na escola seus filhos teriam contato com outras crianças, e assim poderiam acabar sendo tocadas pelo mal e pelo pecado. Eddie tinha um desempenho escolar razoável, sendo um leitor hábil. Seus livros favoritos eram os de fantasia.

Ed Gein não se dava muito bem com os colegas de classe, pois era tido como estranho, além de ser afeminado. Eddie ficava triste com o fato de sua mãe proibir que ele tivesse amizades, porém nunca sentiu raiva dela, ao contrário, via isso como uma forma de carinho. No entanto, Augusta raras vezes tratava os meninos com carinho. Muitas vezes os agredia verbalmente, com medo de eles seguirem o mesmo caminho do pai e se tornassem alcoólatras. Durante a infância e a adolescência, os dois irmãos só tinham a companhia um do outro.


Em 1940, George Gein falece. Henry e Eddie decidiram fazer biscates para ajudar financeiramente em casa. Henry era um ótimo trabalhador braçal e um sujeito de caráter, alguém que Eddie sempre quis imitar. Os dois eram considerados bons rapazes e muito confiáveis. Eddie tinha como trabalho favorito o de cuidar de crianças. Ele as achava adoráveis e fáceis de conversar e se relacionar amigavelmente. Muitos vizinhos deixaram seus filhos aos cuidados de Eddie.


MORTE DE HENRY

Henry começava a se preocupar com a apego que Eddie tinha pela mãe. Ele acreditava que o carinho que o irmão mais novo demonstrava pela mãe estava se tornando algo doentio. Ele passou a criticar o fanatismo religioso da mãe, o que acabou chateando Eddie.

Ed por sua vez seguia a risca as determinações de Augusta, o que gerava muitas brincadeiras por parte de Henry que caçoava do irmão chamando-o de "filhinho da mamãe". Essas zombarias e as criticas de Henry a Augusta e suas convicções religiosas, acabou fazendo com que Ed passasse a desenvolver um ódio crescente pelo irmão.

Em 16 de maio de 1944, Eddie e Henry lutavam desesperadamente contra um incêndio que queimava próximo demais a fazenda. Os dois decidiram que a melhor maneira de controlar o fogo era cada um apagar uma parte. Eles seguiram para direções diferentes. Em meio ao fogo e a noite que caía, Eddie perdeu seu irmão de vista. Ele não se preocupou com isso, pois sabia que seu irmão estava ajudando a controlar o fogo do outro lado. Porém, tudo mudou depois que o fogo foi extinguido e Henry não apareceu. Eddie decidiu chamar a polícia.

A polícia organizou um grupo de busca para localizar Henry, porém algo estranho aconteceu: Eddie, que faria parte do grupo de buscas, e ajudaria os oficiais a percorrer o local que ele tão bem conhecia, acabou levando os policiais diretamente até o corpo de Henry. Era como se Eddie soubesse a exata localização do corpo.

Henry estava caído em um pedaço de terra, onde o fogo havia queimado o mato. Ele tinha diversas escoriações e hematomas na cabeça. Mas tarde, legistas determinaram a causa da morte: asfixia.


A MORTE DE AUGUSTA 

Agora só restava Eddie e sua amada mãe, mas ele não a teria por muito tempo. Augusta sofreu uma série de derrames cerebrais e faleceu em 29 de dezembro de 1945. A morte da mãe foi um duro golpe para Eddie, afinal ela era a única família que lhe restava. 

Eddie permaneceu morando em sua fazenda, levando uma vida solitária. Dependia de pequenos biscates para se manter. Ele manteve o quarto de sua mãe intacto e sempre o limpava e arrumava. Ele passou a dormir em uma salinha, próxima a cozinha. A partir daí, o lixo começou a se acumular pela casa, mas Eddie não ligava, contudo se o quarto de Augusta estivesse arrumado. O local era como um templo sagrado para o solitário Ed. 

Foi por esse período que Eddie Gein passou a reservar suas horas ao hábito de ler. Assuntos macabros passaram a interessá-lo cada vez mais. Em sua casa, havia vasta coleção de revista e livros sobre o holocausto, livros sobre os hábitos de caçadores de cabeças de certas tribos. Também haviam revistas pornográficas, livros e enciclopédias de anatomia e histórias de horror e naufrágios. 

ESTRANHOS DESAPARECIMENTOS 

Do final da década de 40 até o inicio da década de 50, a polícia de Wisconsin começou a estranhar os misteriosos desaparecimentos de pessoas. Houve quatro casos que deixaram os policiais perplexos. 

DESAPARECIMENTO DE GEORGIA WECKLER 

A primeira a desaparecer foi uma menina de 8 anos de idade chamada Georgia Weckler. Ela desapareceu enquanto voltava da escola em 1º de maio de 1947. Moradores formaram mutirões, com a ajuda de policias, vasculhando a extensão de 10 quilômetros em Jefferson, Wisconsin, na esperança de encontrar e menina. Infelizmente, Geórgia nunca mais foi vista. Não haviam suspeitos, apenas uma pista: marcas dos pneus de um carro, possivelmente da marca Ford. O caso foi arquivado como sem solução. 

Principais lugares onde supostamente Georgia Jean Weckler foi sequestrada 

"Descrição da menina Jornal Pessoal Correspondência, Fort Atkinson, Wisconsin. Aqui está uma descrição da Geórgia Jean Weckler, a menina desaparecida, de 8 anos; Altura 4 pés 3 polegadas; peso, £ 70; cabelo, louro; olhos castanhos; Vestuário, botão de rosa suéter sobre uma camisa azul "T", calças de ganga, saia azul florido, borrachas e um lenço florido marrom." (The Wisconsin State Journal 1947).

"Ela foi vista pela última vez quando ela olhou na caixa de correio da família, perto de onde esta imagem foi feita. A equipe -Jornal" (The Wisconsin State Journal 1947)

"A mãe da menina desaparecida, Eleanor, com Katharine maio de 16. O pai do jovem, George, Georgia Jean também tem um irmão, La Verne, 12." (The Wisconsin State Journal 1947)

"Na foto a escola de Oakland Center, onde Georgia Jean estudava: Estados Unidos Highway 12, cerca de uma milha e meia a oeste da estrada lateral, levando para a casa Weckler. A escola fechou sexta-feira para os alunos poderem ajudar na busca." (The Wisconsin State Journal 1947) 

"Área da fazenda do Sr. e Sra George Weckler, cuja filha de 8 anos de idade, está desaparecida desde quinta-feira. Pesquisa incluiu uma verificação de todas as vagas casas, aquedutos, cisternas e poços. Na foto no canto inferior esquerdo, um grupo de buscadores está sondando um poço. No canto inferior direito é a mãe da menina desaparecida e uma das irmãs, Katherine. Fotos por John Newhouse e Arthur M.Vinie' (The Wisconsin State Journal 1947) 

"Olhos fixos na estrada a partir da qual a sua irmã desapareceu, Katherine, 16; Joan, 10,e La Verne, 12, (da esquerda para a direita)"(The Wisconsin State Journal 1947)


Vizinhos contribuem para a recompensa de US $ 1.000 oferecida para informações sobre a menina desaparecida. Erwin Pantel, fazendeiro vizinho dos Wecklers, acrescenta a sua contribuição para o $ 1,000 de recompensa oferecida pelo pai da menina desaparecida, outros no meio da multidão do grupo de busca esperando para fazer suas contribuições. (The Wisconsin State Journal 1947)

"O dinheiro não significa nada, temos que fazer alguma coisa", diz George Weckler 
à esquerda) na oferta de recompensa de $ 1,000 por informações que levem 
o retorno de sua filha e de seu seqüestrador. Xerife George Perry 
à direita. (The Wisconsin State Journal 1947)



DESAPARECIMENTO DE VICTOR E RAY

Em novembro de 1952, um fazendeiro de 43 anos anos chamado Victor Travis, morador do Condado de Adams, saiu para caçar junto de um amigo de Milwaukee chamado Ray Burgess. Em dado momento eles pararam em um bar na pequena Vila de Plainfield chamado Mac’s Bar onde beberam e conversaram com os presentes durante várias horas. Por volta das 19:00 os dois entraram no carro de Burgess e foram embora. Nunca mais foram vistos. Os dois homens e o carro simplesmente desapareceram. Durante meses, buscas foram feitas na área de Plainfield e em cidades vizinhas, mas a polícia não conseguiu achar nenhuma pista, nenhum rastro dos dois caçadores.
La Crosse, Wisconsin.

DESAPARECIMENTO DE EVELYN HARTLEY

Um casal da cidade de La Crosse decide assistir a um jogo que aconteceria na cidade. Eles, porém, tinham um filho recém-nascido e a babá que cuidava dele não poderia ir trabalhar aquela noite. Eles então decidem arrumar uma babá substituta para olhar a criança enquanto vão ao jogo. Eles convidam uma conhecida da família, uma jovem de 15 anos chamada Evelyn Hartley. Evelyn chega a casa deles com livros do colégio, ela iria estudar enquanto o bebê dormia. Combinou com seu pai que ligaria para ele às 20h30 para dar notícias. Ela nunca ligou. Seu pai tentou repetidamente telefonar para a garota na casa onde ela estava mas não obteve resposta.

Preocupado, o pai da garota dirigiu imediatamente para a casa onde a filha estava. Ninguém atendeu à porta. Quando ele olhou pela janela, ele viu um dos sapatos de sua filha e os seus óculos no chão. Ele tentou entrar na casa, mas todas as portas e janelas estavam trancadas. Exceto por uma, a janela dos fundos do porão. Foi por essa janela que ele descobriu manchas de sangue. Petrificado, ele entra na casa e descobre sinais de que houve uma luta.

Imediatamente ele chama a polícia. Quando a polícia chegou na casa acharam mais evidências de luta incluindo manchas de sangue nos vidros quebrados fora da casa, a marca de uma mão suja de sangue em uma casa vizinha, pegadas e o sapato da garota no porão. Cães farejadores conseguiram farejar seu rastro por duas quadras até perderem o rastro. Neste momento é possível que o raptor de Evelyn a tenha colocado em um carro.

Uma das maiores buscas do estado de Wisconsin foi feita. Dezenas de investigadores em carros percorriam os arredores da cidade em busca de pistas, outros investigadores faziam perguntas a alunos e professores no colégio onde Evelyn estudava usando detectores de mentira. Cerca de 10 mil pessoas foram entrevistadas mas Evelyn nunca foi encontrada. Dias depois, a polícia descobriu alguns pedaços da roupa de Evelyn manchadas de sangue perto de uma auto-estrada fora de La Crosse. O pior tinha acontecido.

Evelyn Hartley

Evelyn Hartley

MARY HOGAN

Naquela tarde de quarta-feira, um agricultor chamado Seymour Lester decide ir até uma taverna em uma área rural perto da pequena Vila de Plainfield para beber. Ao chegar ao local, o agricultor leva um susto: o lugar estava completamente vazio e bastante silencioso. Ao adentrar ao local percebe algumas mesas e cadeiras reviradas e nota o que parece ser uma mancha de sangue no chão da taverna. Sem perder tempo ele corre até uma fazenda próxima e faz uma ligação para Villas Waterman (o prefeito da cidade) e para o Xerife da cidade de Stevens Point.

Pouco tempo depois Waterman e Harold S. Thompson (juntamente com outros detetives) chegou ao local. Os homens notaram uma mancha de sangue que ia do estabelecimento até o estacionamento da taverna. Eles concluíram que, provavelmente, Mary Hogan, a dona do estabelecimento, fora morta (eles acharam um cartucho de espingarda calibre .32) e puxada para fora da taverna até o estacionamento e colocada em um carro.

Percebendo que se tratava de um crime, Thompson pediu ajuda a investigadores do laboratório criminal de Madison. Os investigadores chegaram ao local, procuraram por digitais e outras pistas que pudessem dar alguma luz à polícia.

Uma imensa busca foi feita de fazenda em fazenda por todo Condado de Portage (que possui 52 cidades, vilas e comunidades) e um alerta emitido para a polícia de Chicago (que fora a última cidade que Mary Hogan havia morado antes de se mudar). A polícia, porém, não conseguiu nenhuma pista.

Mary Hogan

"TROFÉUS" DA II GUERRA MUNDIAL

Um casal morador de uma fazenda em Plainfield, sai, e deixa o filho com um fazendeiro local de meia-idade, bastante confiável e que já trabalhava como babá de crianças na região a bastante tempo. O garoto, particularmente, gostava bastante do fazendeiro e de suas histórias. O garoto ficava maravilhado com as aulas de anatomia que recebia e com as histórias de guerra que o fazendeiro contava, especialmente sobre experiências médicas que os Nazistas fizeram nos judeus. Gostava também de escutar as histórias das grandes batalhas navais no Mar do Sul (um gênero de histórias de aventuras bastante popular nos EUA). O garoto sempre perguntava mais e o fazendeiro disse até que tinha alguns troféus dessas batalhas.

Curioso para ver, o fazendeiro o levou até sua fazenda, bastante afastada e isolada da cidade de Plainfield. Chegando lá, o fazendeiro levou o garoto até o seu quarto e mostrou os troféus que ele afirmava ser dos “Quartéis Generais do Mar do Sul”. Eram várias cabeças (algumas amassadas) penduradas na parede do seu quarto. O fazendeiro foi mostrando uma a uma as cabeças ao garoto que apenas arregalou os olhos numa mistura de medo e fascinação. Uma a uma as histórias das cabeças eram contadas. Todas, segundo o fazendeiro, eram da época da II Guerra Mundial.

Chegando em casa, o garoto contou a incrível história aos seus pais que não acreditaram em nenhuma palavra do menino. Uma criança com uma imaginação fértil pensaram. Além do mais, quem teria cabeças guardadas em casa?

"CABEÇAS DE EDDIE"

Dois jovens da pequena Vila de Plainfield decidem visitar um fazendeiro local para conversar a respeito de um trabalho. O fazendeiro era bastante conhecido na região e sempre estava disposto a ajudar as pessoas e ganhar alguns trocados fazendo trabalhos braçais. Esse fazendeiro era conhecido como Eddie. Ao entrarem na casa do fazendeiro eles notaram várias cabeças penduradas em um cômodo da casa. Acharam aquilo estranho mas não deram muita importância pois pensaram ser um estranho costume de Halloween de Eddie.

Pouco tempo depois, as “Cabeças de Eddie”, eram o principal assunto na pequena cidade de Plainfield, uma comunidade com pouco mais de 800 habitantes. Eddie era conhecido na região como um homem extremamente pacato, trabalhador e meio “retardado”. Para os habitantes dali, Eddie dissera que as cabeças eram troféus das Batalhas do Mar do Sul, durante a II Guerra Mundial, e que foram trazidas por seu primo que havia servido o exército. Todos achavam Ed estranho o suficiente para estar falando a verdade e não levaram o caso muito a sério. A história ao invés de levantar suspeitas na população virou caso de piadas, Eddie era o típico caipira, tão “indefeso” que os homens da cidade faziam piadas dele por ele não caçar veados, como todos os outros homens faziam. Ele não era capaz de matar uma galinha, quanto mais ter cabeças em casa.

Quando Eddie ia a cidade, os homens perguntavam sobre suas cabeças e ele dava um sorriso e respondia: “Elas estão lá em casa”, todos riam.

Certa vez, um fazendeiro local e vizinho de Eddie, chamado Elmo Ueeck, decidiu chamá-lo para um trabalho. Os dois começaram a conversar e em determinado momento começaram a falar sobre o desaparecimento de uma mulher conhecida na região, Mary Hogan.

“Eddie, se você tivesse passado mais tempo cortejando Mary, ela estaria cozinhando para você agora ao invés de estar desaparecida”, brincou Ueeck.

Ed revirou os olhos e começou a farejar com seu nariz igual a um cachorro. Então respondeu: “Ela não não está desaparecida. Ela está lá em casa agora”. Os dois riram como nunca.

Elmo Ueeck

BERNICE WORDEN

O sábado amanheceu frio na pequena comunidade de Plainfield, Wisconsin. Era o primeiro dia da temporada de caças. Naquela tarde, Frank Worden, vice-xerife, retornou da floresta onde tinha passado o dia anterior. Foi diretamente para a Casa de Ferragens Worden de propriedade de sua mãe, Bernice Worden. Para sua surpresa, ela não estava lá e sua falta já tinha sido notada pelos moradores do local que foram até a loja para comprar produtos e a encontraram fechada.


Eu atravessei a rua indo até a loja de ferragens de Bernice Worden. A loja estava trancada desde a manhã. Algumas pessoas nas ruas se perguntavam porque a loja estava trancada e onde estava Bernice Worden”. (Joan Lindstrom, moradora de Plainfield). Foto: Biograhpy Channel. 

Adentrando no local, Frank ficou chocado: a loja estava toda revirada e viu uma trilha de sangue que ia da porta da frente da loja até a porta dos fundos. Nesse instante ele ligou para a delegacia para comunicar o desaparecimento de sua mãe. Quando os investigadores chegaram começaram a procurar por pistas. Encontraram um recibo de venda do dia anterior de um galão anticongelante, o nome do comprador era: Eddie Gein. Na mesma hora, o pacato Eddie tornou-se o principal suspeito do desaparecimento de Bernice Worden, já que ele, provavelmente, foi a última pessoa a tê-la visto. 

Loja de Bernice Worden vista por dentro

Eddie foi encontrado em uma fazenda próxima onde havia almoçado com os donos e levado para a delegacia para um interrogatório. Eddie recusava-se a falar e quando falava, negava qualquer envolvimento no desaparecimento de Bernice.
O principal suspeito estava detido, o que a polícia queria agora era localizar a mãe de Frank.

A casa de Eddie parecia ser o local mais lógico para que os policiais começassem uma busca. Às 20h do mesmo dia, o xerife Art Schley, juntamente com o Capitão Schoephoerster, entrou em uma viatura da polícia e foram para fora da cidade, até a afastada e isolada fazenda de Eddie Gein. A casa era bastante assustadora, parecia uma casa fantasma. Fazia muito frio, a neve cobria boa parte dos arredores.

O xerife Art Schley. Foto: Biograhpy Channel.

Vista Frontal da Casa de Eddie Gein. Foto: Biograhpy Channel.

Arvores sem folhas com neve por todos os lados. Foi assim que os policiais encontraram a casa de Eddie Gein. Foto: Biograhpy Channel.

A escuridão era total. Com lanternas de mão, os investigadores tinham dificuldades em chegar até a casa de Eddie.
Os policiais rodearam toda a casa mas todas as portas estavam trancadas, exceto por uma, a da cozinha. Os investigadores decidiram entrar por ela. A casa não tinha eletricidade, estava completamente escura.
Com lanternas, os dois detetives entram dentro da casa, não conseguem enxergar um centímetro à suas frentes sem as lanternas; as portas internas rangiam com o vento que entrava.
O Xerife Art Schley caminha pela casa desolada sem conseguir enxergar muita coisa. De repente ele sente algo tocar em seu ombro. Ele fica paralisado já que escutava os passos do outro detetive em outro cômodo da casa.
Com um frio na barriga ele vira devagar, mira sua lanterna e vê algo assustador, chocante, algo que faria o mais calejado dos policiais ficar apavorado.
Ao mirar sua lanterna ele vê uma carcaça branca de um corpo pendurado pelos pés. A carcaça não tinha cabeça e havia sido massacrado, extirpado feito um animal, com um imenso corte que ia dos genitais até o pescoço. Mas o corpo definitivamente não era de um animal, era humano.
Art Schley levou alguns minutos para entender para o que estava olhando, quando voltou a si disse: “MEU DEUS!! AÍ ESTÁ ELA!” Ele saiu correndo da casa, ajoelhou-se e vomitou. Imediatamente o capitão Schoephoerster pediu reforços. Detetives chegaram, munidos de lanternas e lâmpadas de querosene, entraram pela porta dos fundos da cozinha. Ao iluminar os vários cômodos da casa, os investigadores começaram a discutir uns com os outros que aquela decadente e desolada casa era o lar de uma criatura que poderia ser chamada, sem nenhum tipo de sensacionalismo ou exagero, de vampiro. Mas eles na verdade não descobriram nada ainda.

Fotos tiradas pela polícia do corpo de Bernice Worden





Art Schley decidiu encerrar as buscas e esperar o dia amanhecer para fazer uma busca mais detalhada

Eddie, O Macabro 

Em 17 de novembro de 1957, começou uma exaustiva e cansativa busca na casa e na fazenda de Eddie Gein. 

A desolada casa na fazenda de Eddie estava em completo caos. Dentro, o lixo em decomposição cobria todo o chão. Era quase impossível andar pelas salas. O cheiro de sujeira e lixo era terrível. Os policiais se perguntavam como um homem poderia viver em um chiqueiro como aquele.

A Cozinha de Eddie Gein. Foto: Getty Images.

Outra imagem da Cozinha de Eddie. Foto: Getty Images.

Foto tirada pela polícia do quarto onde Eddie Gein dormia. Foto: Getty Images.


Enquanto os ainda chocados policiais faziam buscas pelos escombros da existência de Eddie, eles perceberam que as horríveis descobertas não parariam no corpo de Bernice Worden. Eles haviam tropeçado na fazenda da morte.

Foram encontrados na casa de Eddie Gein os seguintes artefatos:


  • Tigelas de sopas feitas a partir do topo serrado de crânios humanos. 
  • Cadeiras forradas com peles humanas e estofadas com gordura. 
  • Abajures feitos de pele humana. 
  • Uma caixa com narizes. 
  • Um cinto feito de mamilos femininos. 
  • Um puxa-cortina feito de lábios humanos. 
  • Nove vulvas em uma caixa de sapato. Algumas secas e murchas. Uma estava pintada de prata e com uma fita vermelha, outras tinham pitadas de sal. 
  • Máscaras de pele humana de 9 mulheres, cuidadosamente secas, preenchidas com papel e montados, como troféus de caça, em uma parede. 
  • Um colete de pele completo, com seios, feito a partir do tronco. 
  • Um sutiã feito de pele humana. 
  • Um terno feito de pele humana. 
  • Uma lixeira feita de pele humana. 
  • Cabelos em um saco. 
  • Coração de Bernice Worden num prato na mesa da sala. 
  • A cabeça e os intestinos de Bernice Worden numa caixa. 
  • Demais órgãos de Bernice Worden em uma panela sobre o fogão.
  • Vários órgãos e vísceras humanas na geladeira. 
  • Uma caixa de aveia Quaker contendo pedaços de cérebros.
As "tigelas" feitas de crânios humanos que Eddie Gein utilizava para comer.

Tigela de crânio. Foto: Crime Library.

Par de luvas feitos a partir de pele humana confeccionados por Eddie Gein. Foto: Crime Library

Uma das máscaras feitas de pele humana encontradas na casa de Eddie Gein.

Máscara de pele humana confeccionada por Eddie Gein do rosto de uma das vítimas. Foto: Crime Library.

Máscara de pele humana. 


A cama do quarto de Eddie e sua sala tinham crânios e ossos como decoração (alguém lembrou da família do Leatherface?). Dentro do armário, uma cabeça pendurada em um cabide.

Foram coletados pedaços de cerca de 15 corpos na casa de Eddie. Foram necessárias 30 viagens para levar partes de corpos e “objetos” para os laboratórios da Polícia.

VIDA


  • A chave para tentar entender como uma criança se torna um Eddie Gein está na infância e na relação de Eddie com sua mãe.
  • Edward Theodore Gein nasceu em 27 de agosto de 1906 em La Crosse no estado de Wisconsin. Filho de Augusta Gein e George Gein. Eddie era o segundo filho do casal. O primogênito, Henry, era 7 anos mais velho do que Eddie. 
  • A mãe de Eddie era extremamente fanática. Durante toda sua vida impôs aos filhos seus códigos morais religiosos. A bíblia e suas interpretações fanáticas eram impostas aos filhos todos os dias. Ela repetidamente advertia seus filhos sobre a imoralidade das mulheres, na esperança de desencorajá-los de qualquer desejo sexual. Isso tudo era o medo de que eles fossem para o inferno. Para ela, todas as mulheres eram devassas, seres mandadas pelo demônio para corromper os homens.
  • Augusta era uma mulher extremamente difícil e dominadora que acreditava que suas visões de mundo eram absolutamente verdades. Ela não tinha dificuldades em impor suas crenças aos seus pequenos filhos e ao seu marido. 
  • O pai de Eddie era um homem fraco e alcoólico que não participava da educação dos filhos. Na verdade, Augusta desprezava o marido e o via como uma criatura sem valor, incapaz de ter um emprego, muito menos de cuidar dos filhos. Ela se encarregou não só de criar os filhos de acordo com suas crenças, mas também de sustentar sua família financeiramente. Ela só não separou do seu marido devido às suas crenças. 
  • Em 1906, no ano em que Eddie nasceu, Augusta abriu uma mercearia em La Crosse. O negócio da Sra. Gein foi um sucesso e trouxe uma boa quantidade de dinheiro para sustentar a família de uma maneira confortável. Trabalhava dia e noite e economizou dinheiro para que a família pudesse morar em uma área rural longe da imoralidade da cidade e dos pecadores que a habitavam. 

  • Em 1914 eles mudaram para Plainfield, Wisconsin, para uma fazenda de 195 hectares, isolada de qualquer influência demoníaca que pudesse desestruturar sua família. Os vizinhos mais próximos ficavam quase a um quilômetro de distância. 

  • Embora Augusta tentasse de todas as formas manter seus filhos longe do mundo exterior, ela não obteve sucesso porque era necessário que os garotos frequentassem a escola. A performance de Eddie no colégio era mediana, apesar dele ser excelente em leitura. Era a leitura de livros de aventura e revistas que estimulavam a imaginação de Eddie e permitia que ele momentaneamente escapasse do seu próprio mundo. 
  • Por ser afeminado e tímido, Eddie sofria bullying de seus colegas de classe. Não tinha amigos e quando tentava fazer amigos, sua mãe o repreendia. Eddie ficava triste por não ter amigos e por sua mãe não permitir que ele tivesse amigos. Apesar disso, Eddie a obedecia, e via nela um poço de pureza e bondade. O que quer que fosse, ele sempre a obedeceria.
  • Augusta raramente era bondosa com seus filhos e sempre os ofendiam verbalmente, abusando deles. Ela acreditava que eles seguiriam o mesmo destino de falhas do seu marido. Durante suas adolescências e suas vidas adultas, os garotos continuaram longe das pessoas e só tinham a companhia de um e de outro. 

  • Eddie se espelhava em seu irmão Henry, via-o como um trabalhador e um homem com bom caráter. Depois da morte do seu pai em 1940 (ataque cardíaco), Eddie (34 anos) e Henry (41 anos) pegaram uma série de trabalhos para ajudar no suporte financeiro da fazenda e de sua mãe. Eddie tentava imitar os hábitos do irmão nos trabalhos e eles eram considerados pelas pessoas da cidade como pessoas seguras e confiáveis. Trabalhavam como trabalhadores braçais. Eddie também frequentemente trabalhava como babá para seus vizinhos. O trabalho como babá trouxe felicidade para Eddie, ele gostava de olhar crianças, elas eram mais fáceis de lidar do que adultos. Ele era de muitas maneiras conhecido por ser sociável e emocionalmente retardado. Talvez por isso se identificasse com crianças. 

  • Eddie tinha um apego completamente insano por sua mãe e isso preocupava Henry. Em várias ocasiões Henry criticou abertamente sua mãe, algo que deixava Eddie chocado. Eddie via sua mãe como uma “Virgem Maria” e ficava mortificado por seu irmão não vê-la da mesma forma. É possível que esses incidentes levaram à prematura e misteriosa morte de Henry em 1944. 

  • Em 16 de maio de 1944, Eddie e Henry lutavam contra um incêndio que estava queimando perigosamente perto da fazenda. Segundo a versão de Eddie, os dois se separaram em diferentes direções para tentar apagar o incêndio. Durante suas tentativas, a noite se aproximou rapidamente e Eddie perdeu de vista Henry. Após o incêndio ter sido apagado, Eddie supostamente ficou preocupado com o desaparecimento do irmão e contatou a polícia. 

  • Os policiais organizaram homens e foram até a fazenda de Eddie para começarem as buscas pelo desaparecido Henry. Ao chegarem lá, ficaram surpresos ao ver Eddie levá-los diretamente até o seu “perdido” irmão, que estava caído morto no chão. Os policiais suspeitaram sobre algumas circunstâncias da morte de Henry. Por exemplo: Henry estava deitado em um pedaço de terra que não foi tocado pelo fogo e a parte de trás de sua cabeça continha hematomas. 

  • Em 16 de maio de 1944, Eddie e Henry lutavam contra um incêndio que estava queimando perigosamente perto da fazenda. Segundo a versão de Eddie, os dois se separaram em diferentes direções para tentar apagar o incêndio. Durante suas tentativas, a noite se aproximou rapidamente e Eddie perdeu de vista Henry. Após o incêndio ter sido apagado, Eddie supostamente ficou preocupado com o desaparecimento do irmão e contatou a polícia. 

  • Embora Henry fora achado sobre estranhas circunstâncias, a policia rapidamente encerrou o caso. Ninguém poderia acreditar que um sujeito tímido e pacato como Eddie fosse capaz de matar alguém, especialmente seu irmão. Mais tarde, o médico legista do condado concluiu como causa da morte asfixia. 

  • A única pessoa que sobrou para Eddie foi sua mãe e ela era a única pessoa de que ele precisava. Entretanto, não foi por muito tempo. 

  • Em 29 de dezembro de 1945, Augusta Gein morre após uma série de derrames. Eddie ficou totalmente abalado com sua morte. Harold Schechter, em se livro Deviant, explica que Eddie teve “seu único amigo e seu único amor indo embora. E ele estava absolutamente sozinho no mundo”. Pela primeira vez na vida, Eddie Gein estava sozinho, ele tinha 39 anos.

  • Ele continuou na fazenda após a morte de sua mãe e vivia de pequenos e magros rendimentos de trabalhos que fazia. Ele preservou o quarto de sua mãe no andar de cima como um santuário e deixou o quarto intocável por anos. Ele vivia no andar de baixo da casa, fazendo uso da cozinha e de um pequeno cômodo localizado ao lado da cozinha, que ele usava como quarto.

  • Era nessas áreas da casa que Eddie passava a maior parte do seu tempo, lendo sobre morte e histórias de aventuras. Porém, durante a noite, ele mergulharia no seu mundo de Hobbies bizarros.

  • Após a morte de sua mãe, Eddie tornou-se cada vez mais solitário. Ele passava grande parte do seu tempo lendo livros de anatomia. Os quartos vazios de sua casa estavam cheios de revistas sobre o Nazismo, Mar do Sul e naufrágios. De suas leituras, Eddie aprendeu sobre o processo de encolher cabeças, exumar corpos de covas e a anatomia do corpo humano. Ele começou a ficar obcecado com essas histórias bizarras e sempre as contavam para as crianças a qual ele vigiava como babá. Eddie também gostava de ler jornais locais. Sua seção favorita eram os obituário.

  • Foi dos obituários locais que Eddie soube sobre as mais recentes mortes de mulheres das redondezas. Nunca tendo a companhia do sexo oposto, ele passou a compensar sua luxúria visitando suas covas à noite. Eddie passou a desenterrar e roubar os corpos dessas mulheres do cemitério de Plainfield. Posteriormente ele disse à polícia que nunca praticou sexo com cadáveres: “elas cheiravam muito mal”, disse ele.

A investigação

Em 17 de novembro de 1957, após a descoberta da carcaça do corpo de Bernice Worden e outros artefatos na casa de Eddie, a polícia começou uma exaustiva e cansativa busca em toda sua fazenda. Imediatamente ele tornou-se suspeito dos vários desaparecimentos na região, principalmente nos desaparecimentos de Georgia Weckler, Victor Travis e Ray Burgess, Evelyn Hartley e Mary Hogan. Os policiais acreditavam que os corpos poderiam estar enterrados pela propriedade.

Enquanto escavações eram feitas por toda fazenda. Eddie começou a ser interrogado na cadeia do Condado de Wautoma. Inicialmente ele negou qualquer envolvimento nas mortes. Entretanto, depois de apenas um dia de silêncio e de algumas agressões do Xerife Art Schely, ele começou a contar a horrível história de como matou Bernice Worden e de onde ele adquiriu partes de corpos que foram achados em sua casa.

Eddie tinha dificuldade em lembrar dos detalhes do assassinato. Ele recordava de colocar o corpo de Bernice em sua camioneta Ford, pegar a caixa registradora da loja e leva-a até sua casa. Ele não se lembrava de ter atirado em sua cabeça com uma espingarda calibre .22.

Quando perguntado sobre os outros corpos achados em sua casa, ele disse que havia roubado do cemitério. Eddie insistiu que não tinha matado nenhuma daquelas pessoas que foram achadas em sua casa, com a exceção de Bernice Worden.

Entretanto, um dos “troféus” encontrados em sua casa provava o contrário. Uma máscara feita do rosto de Mary Hogan. Depois de dias de intenso interrogatório e bastante pressão, ele finalmente admitiu que matou Mary Hogan. Mais uma vez admitiu estar em confusão mental no momento do assassinato e ele não podia lembrar do detalhes exatos do que realmente havia acontecido. A única memória que ele tinha era dele acidentalmente atirando nela.


Ed é apresentado à imprensa

O Xerife Art Schley e “O Vampiro de Plainfield” Eddie Gein é levado sob custódia

Ed Gein e o Xerife Art Schley.

Eddie Gein

Eddie Gein

Depois de vários dias de interrogatório, Eddie Gein confessou apenas dois assassinatos: Bernice Worden e Mary Hogan. Os investigadores decidiram liberá-lo para exames psiquiátricos.

Enquanto Eddie estava na mira de psiquiatras, os investigadores continuavam as buscas nas terras em sua fazenda. Policiais descobriram na fazenda de Eddie os restos mortais de 15 mulheres. Embora ele afirmasse veemente que a maioria das partes dos corpos eram de várias mulheres que ele havia desenterrado, os policiais desconfiavam. Eles desconfiavam que a grande parte dos restos mortais eram de mulheres que Eddie havia assassinado. A única maneira da polícia ter certeza de que aqueles restos de corpos eram de mulheres que ele havia desenterrado, era examinar as covas que Eddie afirmava ter roubado.

Depois de muita controvérsia sobre a moralidade de exumação dos corpos, a polícia finalmente teve permissão para abrir as covas. Todos os caixões tinham claros sinais de arrombamento. Na maioria dos casos, faltavam partes dos corpos.

Em 29 de novembro de 1957 houve uma nova descoberta nas terras de Eddie que elevou ainda mais as suspeitas sobre um terceiro assassinato. A polícia descobriu restos de um esqueleto. A suspeita era que o esqueleto pertencia a Victor Travis, que havia desaparecido anos antes. Os restos foram imediatamente levados a um laboratório criminal para serem examinados. Os testes mostraram que o corpo não era de um homem mas de uma mulher com a idade de sua mãe quando morreu. Provavelmente uma outra mulher que Eddie desenterrou.

A polícia tentou de todas as formas incriminar Eddie no desaparecimento de Victor Travis, das três outras pessoas desaparecidas anos antes nos arredores de Plainfield e até do seu irmão Henry. Mas nunca conseguiu. Eddie foi acusado de apenas duas mortes: Mary Hogan e Bernice Worden.

Modus Operandi

Eddie Gein nunca soube dizer quantas pessoas matou e nem como. As duas mortes só foram admitidas por ele depois de intenso interrogatório. Ele nunca soube explicar como matou Mary Hogan e Bernice Worden. A primeira vítima, Mary Hogan, estava sozinha naquela tarde fria de 8 de fevereiro de 1954. Ele atirou em sua cabeça com seu revolver calibre .32, colocou-a em sua camioneta e a levou para sua casa.

A segunda vítima, Bernice Worden, também fora morta em seu estabelecimento. É provável que Eddie fora comprar algo em sua loja e ao ver a mulher parecida fisicamente com sua mãe, decidiu matá-la. Ele pegou um rifle calibre .22 que ficava pendurado na própria loja de Bernice, carregou com um cartucho que sempre carregava e atirou na cabeça da vítima. A colocou em seu FORD e a levou para sua casa.

O Ritual

Eddie começou desenterrando corpos. O primeiro foi o de sua mãe. Ele a desenterrou e manteve o corpo em casa (alguém lembrou do Norman Bates?). Ele a idolatrava e falava com ela como se ainda estivesse viva. Chegava a dizer: “Não mamãe, não fiz sexo com nenhuma delas… é pecado, sim, eu sei…” 

(em referência aos outros corpos de mulheres que posteriormente desenterrou).

Eddie removeu a vagina de sua mãe e a pintou de prata e colocou um laço vermelho

Eddie pendurava os corpos de cabeça pra baixo e desossava-os como animais. Cortava primeiramente a cabeça e guardava em uma caixa. Abria o externo com um corte que ia do pescoço até a barriga. Retirava as vísceras e órgãos internos e colocava na geladeira ou em panelas em cima do fogão. Esfolava os corpos para retirar suas peles. Removia as vaginas e guardava-as em uma caixa de sapato.

Eddie escalpelava as cabeças; com as peles fazia máscaras que eram preenchidas com papel e penduradas na parede como troféus. Os crânios eram usados na decoração (mesas, cadeiras, cama) da casa e alguns eram cerrados para servirem de pratos. Com as peles fazia roupas (paletós, blusas, sutiãs, calças) e decorava a casa em cadeiras e abajures. Passava o dia inteiro “costurando

Eddie queria ser mulher, ele vestia as roupas de peles que fazia (alguém lembrou do Buffalo Bill?) colocava uma vagina entre as pernas e fingia ser uma mulher. As vezes fingia ser sua mãe. Ia para fora da casa e fazia trabalhos femininos, como varrer, plantar, etc. Eddie sentia-se tão feliz que chegava a cantar, dançar e dar cambalhotas pela sala da casa.

Análise Psicológica

Eddie Gein ganhou notoriedade em todo o mundo como sendo o mais famoso caso documentado que envolvia a combinação de necrofilia, fetichismo e travestimento

Psicólogos e psiquiatras que o entrevistaram o diagnosticaram com esquizofrenia. Segundo eles, Eddie era um “psicopata sexual

Sua condição foi atribuída ao relacionamento doentio que tivera com sua mãe e à sua educação severa. Eddie aparentemente sofria de sentimentos conflituosos sobre mulheres, de um lado sua natural atração sexual à elas e do outro as atitudes não naturais que sua mãe o havia instigado.

A morte de sua mãe o afetou terrivelmente. Ele não tinha nenhuma outra pessoa para se comunicar ou falar. A consequência foi que ele mergulhou nas suas obscuras fantasias e achou aquilo que sua mãe sempre havia proibido… Ele roubava aqueles cadáveres para que pudessem colocá-los no lugar de sua mãe, disse o psiquiatra Dr. George Arndt.

Eddie desejava se tornar mulher, foi essa a razão de estudar anatomia, pensava sobre a possibilidade de uma operação que poderia resultar em uma mudança de sexo, ele dissecava corpos femininos e familiarizava-se com sua anatomia.Para que esse desejo chegasse logo, ele começou a costurar um corpo feminino com as peles dos corpos e vestia as roupas e fingia ser uma mulher

julgamento

Eddie Gein passou 30 dias em um hospital psiquiátrico. Foi diagnosticado como mentalmente incompetente, ou seja, Eddie Gein não estava apto para ser julgado e, portanto, não poderia ser acusado de nenhum crime. Foi sentenciado a ser internado por tempo indeterminado no Hospital do Estado Central em Waupun, Wisconsin.

Eddie Gein recebe conselhos de seu advogado, William Belter. Por ser mentalmente incompetente, Eddie foi sentenciado à internação em um Hospital Psiquiátrico até poder ter competência para ser julgado

Art Schley e Ed Gein

Depois de passar 10 anos na instituição mental onde se tratava, a corte decidiu finalmente que ele era competente para ser julgado. Os procedimentos começaram em 22 de janeiro de 1968. Esse julgamento determinaria se Eddie era culpado ou não por razões de insanidade, pela morte de Bernice Worden. O julgamento começou em 7 de novembro de 1968.
O já o "Senhor" Eddie Gein (62 anos) chega para o seu julgamento em novembro de 1968

O advogado de Eddie Gein alegou insanidade. A maioria dos que deporam eram pessoas ligadas à investigação, como técnicos de laboratório, médicos legistas e o Xerife Art Schley e o vice-Xerife Frank Worden. Evidências contra Eddie Gein foram apresentadas aos milhares, porém, sua saúde mental era a questão mais levantada.

Após apenas uma semana, o júri deu o veredito: Eddie foi considerado culpado por assassinato em primeiro grau. Entretanto, foi considerado insano no momento do crime. No final do julgamento, Edward Theodore Gein foi considerado inocente por sua insanidade e absolvido. Mas por ser insano, deveria passar o resto da vida em um hospital psiquiátrico. Depois do julgamento ele foi escoltado de volta ao Hospital do Estado Central.

Eddie continuou na instituição mental pelo resto de sua vida onde vivia seus dias feliz e confortável. Schubert (chefe do hospital) o descreveu como um paciente modelo: “Se todos os pacientes fossem como ele não teríamos problemas."

Eddie era feliz no hospital, talvez mais feliz do que na sua vida fora dele. Convivia bem com outros pacientes, apesar da maior parte do tempo ficar isolado. Comia três vezes ao dia. Continuava a ser um leitor voraz. Gostava de suas conversas regulares com os psicólogos e… as mulheres ainda o fascinavam.

Em 26 de julho de 1984, aos 77 anos, Edward Theodore Gein falece por causas naturais. Ele havia lutado contra o câncer durante anos. Seu cadáver foi enterrado no cemitério de Plainfield, perto do túmulo da mãe e perto também das covas, de onde Gein tirava os cadáveres. Vítimas de seu fascínio perverso. Por ter sido condenado por suas mortes, Ed Gein não se encaixa na classificação de Serial Killer do FBI. Ele e suspeito de outras 10 mortes, incluindo a do irmão e do desaparecimento de 3 pessoas.



Os túmulos da família Gein no cemitério de Plainfield 

O Xerife Art Schley tornou-se um homem assombrado pelo que viu naquela fazenda em novembro de 1957. Passou por uma pressão incrível nos anos de investigação do caso, lidava com a pressão da imprensa e da própria polícia que o achava inexperiente para aquele caso. Além do mais começou a ter pesadelos. Ele morreu de um ataque cardíaco fulminante em dezembro de 1968, apenas um mês depois de depor no julgamento de Eddie Gein. Ele tinha 43 anos.

O monstro que inspirou o cinema 

Muitos foram os filmes que acabaram inspirados pela história de Ed Gein, alguns dos quais são considerados clássicos do terror e suspense. Filmes como Psycho (Psicose) dirigido pelo grande Alfred Hitchcock e lançado em 1960, Texas Chainsaw Massacre (no Brasil: O massacre da serra elétrica) de Tobe Hopper que encantou e assustou o mundo em 1974 e The Silence of Lambs (O Silencio dos inocentes) dirigido por Jonathan Demme lançado em 1991, são alguns dos mais relevantes filmes inspirados no O Monstro de Plainfield. 

Vários filmes e personagens foram inspirados em Ed Gein, veja alguns: 

Deranged – 1974  


Donny Kohler – Don’t Go in the House (As Chamas do Inferno – O Corredor da Morte) 



Maniac – (O Maníaco – 1980) 


Jame “Buffalo Bill” Gumb – O Silêncio dos Inocentes 



Leatherface – (O Massacre da Serra Elétrica) 


Ed Gein – (O Serial Killer) 


Norman Bates – (Psicose) 



See No Evil – (Noite do Terror) 


American Psycho – (O Psicopata Americano) 



O Massacre da Serra Elétrica não tem um personagem baseado em Ed Gein, no entanto, a casa foi decorada com artefatos humanos semelhante à casa de Gein. Leatherface usa uma máscara feita de pele humana, como Ed Gein usava, e colocava suas vítimas em ganchos de carne, do mesmo jeito que Ed Gein fez com Bernice Worden.

Gein também inspirou varias outras bandas e músicos como Cannibal Corpse (Addicted to Vaginal Skin), Mudvayne (Nothing to Gein), John 5 (Dead Art in Plainfield), Killdozer (Ed Gein), entre outros.

Fontes:
issoebizarro.com 
theparanormalguide.com
eden-x.cz
viralnova.com
Famigerados
Murderpédia
O Aprendiz Verde



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